STEFAN WUL
MISSÃO EM SIDAR
Trad. Engº Gomes dos Santos
O primeiro livro de Ficção Científica (FC) que li foi o Admirável Mundo Novo; o segundo, O Planeta dos Macacos; e o terceiro, A Guerra dos Mundos. Porém, o autor de FC com que melhor e mais facilmente concordei, foi com Robert A. Heinlein... E, presentemente, retomei a leitura de Stefan Wul, que iniciei há anos atrás com A Pré-História do Futuro, mas que não é leitura que vou propor, que é, isso sim!, mais propriamente MISSÃO EM SIDAR, livro que estou a ler na tradução do Engº Gomes dos Santos. É uma novela ímpar que vale bem a pena duas ou três horinhas do nosso dia, pela sua lição de vida, pela sua fantasia, pela sua temática, e pelo seu evidente humanismo que é observado exatamente em dois robots que, em parte, também são protagonistas essenciais desta narrativa.
"Lionel compreendeu que Marcial nada sabia sobre os Xressianos.
– E se... – começou ele.
Lembrando-se subitamente que Marcial não podia ouvi-lo devido à sua dupla enfermidade, ergueu a cabeça do companheiro de modo a que este pudesse ler nos seus lábios.
– São aparelhos Xressianos – repetiu. – E se a ocupação Xressiana tiver sido antecipada! É bem possível! Há meses que não tenho notícias oficiais.
– Não há tempo a perder – disse Marcial. – Temos de nos meter ao caminho o mais depressa possível. Vou ser obrigado a mentir aosindígenas a fim de os fazer aceitar a minha partida.
Os sidarianos pulavam excitados e interpelavam-se em frases entrecortadas pelo nervosismo, enquanto os cogumelos voadores desapareciam por trás da crista das montanhas.
No momento em que Marcial se preparava para lhe falar, um enorme silvo encheu o céu, ao mesmo tempo que um novo aparelho fazia a sua aparição. Com o seu corpo circular e o reator vermelho-vivo circundado por um aro metálico, assemelhavam-se, com efeito, com um cogumelo.
– ... Venenoso! – disse Lionel. É talvez a palavra que convém.
Em vez de seguir os outros, o aparelho efetuou uma grande volta em torno da aldeia.
Aproximava-se progressivamente do solo seguindo uma espiral imaginária. O barulho tornou-se ensurdecedor. Os sidarianos tapavam os ouvidos e saltavam em todas as direções como um rebanho tresmalhado.
Alguns esconderam-se nas casas. A maioria fugiu ao acaso para a montanha. Viam-se saltar de rocha em rocha como cabras montesas e descer a toda a velocidade a vertente que ladeava a aldeia pelo lado sul.
O aparelho estava tão próximo que a sua sombra onscurecia a praça. Duvidando de súbito das boas intenções dos Xressianos, Lionel agarrou no saco mortuário e na cabeça de Marcial, apanhou de passagem a arma e correu para fora da aldeia. Escondeu-se a duzentos metros por trás de um silvado."
(Pág. 86)
Sem comentários:
Enviar um comentário