11.30.2016

LETRA Y




LETRA Y 

Yollanda caiu de banda, Ya-
Ya sabe que os cravos murcham
À lareira secam ao frio; 
Já não ordenam “EMPREGO JÁ!
Se desfolham quando marcham
Saltam das lapelas no estio
Entre havanos e mariscadas; 
E atravessam os oceanos
Pra ter as havaianas molhadas.
Nem swingam Yé-Yé no popó
(Caixa de fósforos andante), 
Porque ainda só querem, tão-só
Ser yuppies mais adiante… 


– Depois das Festas do Avante!   

Joaquim Maria Castanho

11.29.2016

LETRA X




LETRA X 

Xistos, ardósias, lousas, axiomas
Logística existencial pretérita
Que – oxalá! – deixem de ser sintomas
Da XPTO, cruel congénita 
Incógnita, variável fundamental 
Ampulheta, argila ou cromossoma
Da cultura e genética acidental… 

Porque sem fé crê a razão acreditar
Em Xara, de Xarazade, é tutora 
Excelsamente exímia e senhora 
Do narrar que ao conto soma pontos
Cruz, nas linhas cruzadas desse contar
Com a excelência pelos encontros
Onde o Xis ganha alma – e é lugar! 

Joaquim Maria Castanho  

11.28.2016

LETRA W




LETRA W

Watt iluminador deste mundo
Capaz de gerar 1 J por segundo
(Mesmo sem Andy Warhol publicista), 
Eis-se no pisca-pisca do instante 
– Flash que não melhora nossa vista, 
Nem sequer divulga o diletante –; 
É o pirilampo das noites sem lua… 

Não carece diesel, nem de alpista;
E não polui por qualquer combustão. 
Mas se o virmos a cintilar na rua
Reconhecemos logo qu’é artista, 
A bailar pela pista do negrume
Com tracejado digital de sim e não…   
– Mostrando a razão de ser vaga-lume! 

Joaquim Maria Castanho

11.27.2016

FUGA AO TEMPO PRÓPRIO




FUGA AO TEMPO PRÓPRIO 

Conserto desconcertado o ser 
Tentando converter a solidão 
Em palavras que queiram dizer 
Mais do que diz a ocasião. 
O ocaso além da pedra fria, 
Os sonhos que o sol consumiu
Nas cidades do dia a dia 
Onde a humanidade cria 
Tempo que ao tempo já fugiu! 

Joaquim Maria Castanho 

VERBO SEMPRE




VERBO SEMPRE

A felicidade é isso… 
Ver teus olhos todos dias, 
Observar o teu sorriso, 
Ouvir sublimes melodias
Dançar nas ondas dos cabelos
Onde o sonho se enleia
Entretece como em teia, 
Arrebata tão-só por vê-los… 

É uma queda que nos ergue
(Reparar sem que reparar!), 
Reparando qu’em Portalegre
Somos verbo sempre a conjugar. 

Joaquim Maria Castanho

11.26.2016

REVER-TE




Reencontrar-te é rever por escrito
As pétalas à esperança (sonhada), 
Presas plo nácar da tarde, flor perlada
Abrindo as portas do céu infinito
Onde as estrelas copiam teu nome,
Onde a feliz alegria me consome
Quando a vida regista a tua lei; 
Onde nasce tudo quanto sou e sei 
– O que há e não há, além do que acredito! 

Joaquim Maria Castanho 

11.25.2016

LETRA V




LETRA V 

Viver é ouvir o vaivém 
Nas veias, 
Sejam nossas, sejam alheias 
Viúvas, como sem vintém; 
Novas, velhas, vazias, cheias
Beatas, nobres, pobres, plebeias
Vitoriosas ou vadias
Vividas na vida dos dias, 
Como esvaídas e sem ninguém. 

É avivar a voz do vento
Com vitrais, uivos da vontade
Vorazes e virtuais, vidrados
Pelos vernizes da liberdade… 
– Varonis, vitais, condenados 
A virarem-se em movimento! 

Joaquim Maria Castanho  

11.24.2016

LETRA U




LETRA U 

Usura dura e única esta: 
Ultrapassar a tua ausência – 
Ustir último se já funesta 
Urdidura uiva urgência, 
Ultima lugar prà sepultura, 
Aquiesce em suma anuência, 
Aqueda em tumular cesura… 
Que quando é usual ustir
Sem amuar (cumprindo ajuste), 
Nem undíssono urde iludir 
Porque “quem quer uste, que lhe custe”,
Num muito sumário aprumo
De quem curte seu supremo rumo
Em nunca ocultar – nem desunir! 

Joaquim Maria Castanho 

11.23.2016

LETRA T




LETRA T 

Tenho teus olhos 
No coração… 
Teu rabo de cavalo… 
E hoje, pra fugir à traição,
Fui lá buscá-los… 
Fui lá buscá-lo! 

Que a vida tem em si
Todas as tutelas. 
E às portas fechadas, ali
Abre, na memória, aqui
Teus olhos… 
Cortinas aos folhos… 
Lindas janelas! 


Joaquim Maria Castanho

11.22.2016

LETRA S




LETRA S 

Senhora da penha
Da luz, da chegada, 
Se sinal, és senha
De rio alvorada, 
Nas hortas marcada
Plo pão com manteiga, plo galão quente
Das primeiras notícias do mundo
Da escola, da terra ou da gente,
Nesse nosso pertencer tão profundo. 
Tão no ser sentido
No querer forjado, 
Chutando o perigo
Para outro lado. 
Para outras bandas
Sem almas nem gado, 
Onde as desmandas
São por mel coado. 
Pelo grão na asa
Por tudo e por nada: 
Batizo em casa,
Velar de finada. 
Ou ida às “sortes”
Buscando canudo, 
Onde essas mortes 
Por tudo e por nada
São nadas do tudo. 

Joaquim Maria Castanho  

11.21.2016

LETRA R




LETRA R 

Regressar ao sorriso que nos resume
Pérola, redoma, reflexo de nácar, 
Fénix (renascida) das cinzas é lume
E ritual que repete sonho e luar; 
É ritmo renovado para quem rume
Atrás da réstia redonda de cabelos
Que nos aprisionam, só por querer vê-los
Sempre, sempre, sempre e repetidamente
Que o frémito surge, coração frecha
Ao sentir, urge sussurro extremado
Rumando estreme de brecha em brecha
No cabelo atado, como quem fecha
Círculo, regressa sorriso criado… 

Réstia reflexa no rimar nacarado! 

Joaquim Maria Castanho 

LANÇAMENTO DO LIVRO MOMENTOS DE POESIA no HOTEL JOSÉ RÉGIO, em PORTALEGRE








LANÇAMENTO DO LIVRO “MOMENTOS DE POESIA”, ontem, dia 20 de novembro de 2016, no HOTEL JOSÉ RÉGIO, em PORTALEGRE 

Eis três momentos de entre os muitos instantes que marcaram, de forma simples, atrativa e genuína, o lançamento do livro MOMENTOS DE POESIA, que é já o reportório de inúmeros Momentos de Poesia, iniciativa com a periodicidade mensal regular, durante dez anos, coordenada por Deolinda Milhanho, onde o encantamento e magia de poemas e atividades de poetas e poetisas, se terão destacado, nas mais diferentes formas e formatos, incluindo o da palavra dita, lida ou escrita, mas que nos sugerem como a poesia pode surgir sem recurso exclusivo a ela, essa palavra, instrumento de comunicação por excelência, embora que não o único para a sua concretização: no ballet, no fado e no canto polifónico (entoando o hino de Momentos de Poesia, sob a “batuta” de João Banheiro, um dos participantes ativos desta iniciativa). 

A sala do restaurante do Hotel José Régio seria pequena para tanta gente, não fora a temática principal, a poesia, ser já de si, e em si, um aproximamento efetivo, um incitamento ao estreitar de laços, aliciar de sentidos e afetos, recapitular profundidades que foram também, um dia, o à flor da pele desses mesmos dias. 

Desnecessário será afirmar o valor deste tipo de eventos, ou iniciativas, não só porque representam o regressar às origens da poesia, quer nos motivos, quer nos lugares e gentes que a inspiraram, devolvendo-a, assim, ao seu habitat natural, a cidade de Portalegre, seus habitantes e tradições, mas também porque recuperam a atualidade da arte das artes, tornando-a parte integrante do quotidiano, franjas de dia a dia dessa colcha de renda que é a praça pública, massificando-a e fazendo-a visível até para os “olhos” menos sensíveis das sociedades contemporâneas.  Porque são momentos como estes que nos ajudam a recuperar os instantes passados e a presentificar todos os futuros, incluindo os mais imprevisíveis.    
  
Joaquim Maria Castanho 

11.19.2016

LETRA Q




LETRA Q 

Quando queremos quase e enquanto
Aproximação ao querer que é querendo, 
Quota-parte do ser em qualquer sendo
Questionamos qualidade e encanto
Ao querido, desejado, mas nele tendo
Outro sentido, que não o querer puro,
Pois queremos que nos queira também... 
Tem seu quê relativo, pouco seguro
Em queda já, sem quaisquer votos de quem
Dá ao querer um não-sei-quê de futuro
Que toda esperança quando quer, tem. 

Que o possa ver, requer que mais alguém
Veja, que mais alguém o note e queira
Como querença – e de qualquer maneira! 

Joaquim Maria Castanho  

11.18.2016

LETRA P




LETRA P 

Produto de partilha, a poesia
Põe, dispõe ou reproduz, mas por parcelas
O que apenas suprema, ela poderia
Possuir de próprio, e por profundo… 
É a prata de quem pelo dizer porfia; 
É ponte, é projeto, é vento e velas; 
É o espelho do que pode ser o mundo
Nas suas alegrias, magias e mazelas. 
Porém, podendo ser tudo e muito mais, 
Quer seja poder, como pleito sentido, 
Presta-se também a ser para jograis
O que nem imaginaram sequer ter podido: 
Porta que lhes dá direito de perdura
Em toda parte – até em literatura! 

Joaquim Maria Castanho

11.17.2016

LETRA O




LETRA O 

Ouço o teu rosto redondo, em osmose, 
Como no sonho, e omisso me socorro
E me decoro, e oponho, ao sono, à pose
De oximoro, se afirmo e nego, se morro
E vivo, em contradição, apoteose
Que ocorre logo que oco recorro
A outro rosto, procuro hipótese 
Provável de substituí-lo (de novo), 
Génese e ovo dos modos que absorvo, 
Louvo, somente saudoso dele, de ti… 
Porque o amor, o universo, é isso
Só isso, o teu olhar, forma e esquisso
Que conforma rota ao meu, pondo-o aqui
A focá-lo, sem sufocar como te vi. 

Joaquim Maria Castanho 

11.16.2016

LETRA N




LETRA N 

Nos teus lábios, língua languescente
Se aninha, letra no meio de nós assim
Que não nega renascer no ocidente
Nem faz, ou nem afirma, tão-só porque sim. 
E se no início é naipe exigente
Linha anil ou nesga de sonho no marfim, 
Nácar de ninfa no nenúfar tremente
Ante a corrente cristalina e de cetim, 
No fim é destino, melodia divina… 
Encantamento num’alma peregrina
Sem promessas por pagar nem por receber; 
Mas acatando sempre se o olhar ensina – 
Porque no inaudito nasce bem-querer! 

Joaquim Maria Castanho  

11.15.2016

LETRA M




LETRA M 

Mais que mistério, mais que magia, 
Mais que momento, são os teus modos
De solucionar medíocre mediania 
E o sem poesia dos dias incómodos; 
Dos dias menos, tardios, serôdios 
Que mumificam as almas, se desfias
Missangas num rosário de Marias
Mudas pròs mundos – mundanos quase todos. 
E que é essa maneira que é só tua
De resumir hemisférios de humor, 
Multiplicando numa forma contínua 
O quadrar alegria pla redondez do amor; 
Pois muitos dias poderá ter um dia, 
Mas só se te vejo, neles, há poesia! 

Joaquim Maria Castanho

11.13.2016

LETRA L




LETRA L 

Lídima lealdade na leitura 
Das sílabas dos lugares e ligações, 
Legítimo salto-cavalo, moldura 
De lótus, de lis, de lírios e de leões 
Que limaram e sublimaram tradições, 
Deltas iluminados, luz ou figura; 
Sombras a deslumbrar plateias, ilusões 
Com realidades dentro se em nós dura
A nobreza leve, nobre sentimento. 
Cinquenta linhagens universais
De áspides e ninfas, cujo cruzamento 
Concedeu a humanos e comuns mortais
O dom da entrega e arrebatamento  
Em ser frontais, sem deixar de ser leais. 

Joaquim Maria Castanho

11.12.2016

CAPA do Livro MOMENTOS DE POESIA

Eis a capa do livro de celebração do décimo ano de Momentos de Poesia, a ser lançado no próximo dia 20, pelas 15:30 horas, no Hotel José Régio, em Portalegre, e que reúne a participação de 48 poetas e poetisas da nossa atualidade.
Este momento será constituído, além da apresentação da obra, também por alguns apontamentos musicais, corais e poéticos.

LETRA K





LETRA K 

Caderno trinta três na ordem suprema;
Tipografia avançada e em escala; 
Isolado, deitado, é nosso tema
Quando na língua, a escrita fala. 
Do cuneiforme ao digital emala
A bagagem – da humanidade a gema –, 
Que à ficção e fantasia dá “olá kala”
Mostrando as obras, mas não a arbitragem.
Só surgiu no mundo por necessidade
Mas imperou como a razão do meio, 
Oferecendo a Gutenberg a veleidade 
De ser do globo a esfera como o veio; 
Sucumbiu às catacumbas da idade
Pra fazer alegretes de bonito e feio!

Joaquim Maria Castanho 

11.10.2016

LETRA J




LETRA J 

Joias de Salomão justificadas
Em tesouros de justa preciosidade, 
Não teriam sido essas guardadas
Mas sim quem as guardou como verdade. 
Pilares da civilização, juradas 
Colunas na suma verticalidade… 
Portas do mundo. Cais pra sãs cruzadas, 
Que sustentaram nossa modernidade. 
Que muito mais que os bens guardados
São os sentidos valores aí propostos, 
Pois além de gerarem mil cuidados
São cuidado e aprumo de quem ‘tá a postos
Vigilante, determinado, de plantão; 
E à injúria faz negaça, trespassa 
A intrujice e à trapaça diz que não! 

Joaquim Maria Castanho 

11.09.2016

LETRA I




LETRA I 

Nove III, imperador do infinito
Condómino maior na escala decimal
Senhor do fim, do abismo e do esquisito
Faz saber que todo centro é marginal.
Todo o coletivo é individual. 
Todo o corpo é sempre um espírito.
Todo o silêncio é seu próprio grito.
E todo bem tem seu correspondente mal.

E mais que isso, se decreta agora, 
Que embora diga que és tudo e nada 
(Serviço de urgência, base, escora…), 
Não há prova que existas realmente: 
Só és ponto de partida e de chegada 
– Pintinha de sangue no olho desta gente! 

Joaquim Maria Castanho

11.08.2016

LETRA H




LETRA H 

Hasteada hipótese na humana 
Hipotenusa que já em Hipatia 
(Farol da “Eduba” de Alexandria)
Tinha hélice e elipse, mas a tirana
Hipocrisia emudece em heresia, 
Nem Hipócrates houvera de honrar 
Entre hermanos na deontologia 
E hediondos hospitais da sangria
Ethica e bosta pestilenta pra sarar, 
Ou a fé a fim de queimar e purificar
Quem temesse ou tivesse outro Hades, 
O que entendemos por Hoje foi mudo, 
Calado sob grilhetas ou hostis grades… 

Porém, pra nós, é só o maiúsculo tudo! 

Joaquim Maria Castanho 

11.07.2016

NA VOZ DAS MÃOS


LETRA G




LETRA G 

Ginete gaibéu da ordem solar,
Gólgota genital no grande clímax, 
Gestor do gozo, do grito e da gesta, 
Gigante da gramática e da sintaxe, 
Guru da gleba e pigmeu em festa
Nas grafias globais e do bem voar, 
Governa os governos com geometria 
– Giza planos, estratégias, poesia… 

Branco garimpeiro na argila chã
Gorou egoísmos a gatunos e golpistas, 
E iniciou no negro céu a alva lã
Que gerou os letrados e os artistas;
Que tudo isso é, quem com giz giza, 
Chame-se Geraldo, Babel ou Luísa! 

Joaquim Maria Castanho

11.06.2016

A CASA DO CORPO - II


DA TIMIDEZ (IN)CONCLUDENTE


NAMORO - II


LETRA F




LETRA F 

Fazer isto e aquilo, fisgar, fintar
A fome, a fadiga, o fingimento, 
É afã que nos ajuda a durar
Além do destinado duramento. 
Afagar ficções felizes, e dourar
Fenómenos fugazes, sabimento
Dos outroras, mas que se fez secular,
É afazer – afoitado entendimento. 
Que os feitores das almas humanas
Não fomentam famas sem fundamento; 
Nem se perdem por fulanos e fulanas
Que fulanizam só por fobia vã… 
Fitam frontais invejas insanas
E fazem, e criam, e preparam o amanhã! 

Joaquim Maria Castanho 

11.05.2016

LETRA E




LETRA E 

Ébrio que nem um sonho fugitivo
Dum vendaval de estrelas insanas, 
O sol, que foi rainha do primitivo 
Homem, é ora réstia de semanas. 
O esplendor, pede-o emprestado. 
O calor, vai de oito a oitenta. 
Sorriso? Esse, só se for imitado
Pelo teu, quando me acalenta. 

Ele (que é Ela), tudo cria assim; 
Tudo inventa, alimenta em ser 
– Energia, luz, voo de Fénix e Querubim –, 
É círculo perfeito, ciclo de dizer
A vida, também em ti aprendido
E imitado… mês a mês repetido.

Joaquim Maria Castanho   

11.04.2016

Conjunto de poemas de autores que participaram nos Momentos de Poesia


LETRA D




LETRA D 

Depois do depois, dito agora
Despe-se devagar-devagarinho
Uma árvore que o vento aflora,
E sem demora acata teu jeitinho
De sol, luz em pétalas aspergida
A brilhar em si bemol, pró hino 
Que soa se entoa a própria vida. 
Diz que lançou raízes no destino. 
Diz que deve quanto é A Deus. 
À desdita, porém, nega o caminho
Feito à imagem dos passos teus.

E diz-me a mim, que somente digo
Para dizer quanto te quero bem, 
Que, se puder seguir no vento, sigo
Pra tocar-te, mal ele te aflore também. 

Joaquim Maria Castanho

11.03.2016

LETRA C




LETRA C 

Circe transformava homens em porcos; 
Colette deu-lhes ainda menos valor. 
Camões atirou-os prà Ilha em barcos
Reféns, que não viram no mar esplendor. 
Muitos somente queriam escapar; 
Outros, ter a segurança terrena. 
Mal sabiam eles que o infindo mar
Faria da Terra uma, por pequena! 

Triste triunvirato este nosso
(Sorte, Oportunidade e Acaso)
Que dá aos seres “o que só eu posso”
Dos monstros, e de Deus o desembaraço; 
Mais o poder de salto do cavalo
Que faz espesso o que é parco e ralo. 

Joaquim Maria Castanho

11.02.2016

LETRA B




LETRA B 

Já bailam pla natureza da hora
Os bêbados segundos da espera, 
Que quem fica também se vai embora
E, colado ao outro lado, degenera; 
À segunda versão de si proposta, 
Opção e contraste, conforme se aposta
E da face negra a luz recupera. 
Silencio que diz ou fala que cala, 
Que quem é feliz num ai se exala
Mal se descuide ante o querer bem, 
Que seguido ao nome toda flor tem
A pérola que Hamlet nunca bebeu 
– Tendo-a bebido apenas sua mãe… 

Logo, ele ficou; porém, ela morreu! 

Joaquim Maria Castanho

11.01.2016

LETRA A




LETRA A 

Abrevio a sede, abrevio o nome
Se no vaivém do mar oscila rede,
Esperança balança, se consome
Por duas sílabas apenas duas
Não mais, e por letras outras tantas,
Repetindo-se a primeira no fim
Incluindo bem no meio três ruas, 
Subindo ou descendo por quantas
Vogais repetidas tenho em mim.  

Se fosse fruto eram triplicadas… 
Porém, como cor, bisam simplesmente; 
Tal e qual no teu nome espalhadas. 
Do alfabeto é a porta da frente. 
E começo do sentir maior na gente!

Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português