5.30.2021

DE RIMAS ME EMBRIAGO

 


QUE TRAGO A TRAGO, DE RIMAS ME EMBRIAGO



Gravo a voz na pedra deste instante

Com o cinzel da minha fala em brasa.

Então, aí, eu esculpo-me de rompante

Porta, como batente da mesma casa…

O que sou, é tão-só verso ofegante

Cisco de língua que em rimas s’abrasa;

Escolho dum naufrágio mais adiante,

Que até o próprio instante atrasa.


E da residência hostil, mas aberta

Onde, enfim, fomos recebidos de vez,

É tempo de olhar prà rua deserta

Inundada pelo tal sol que desperta

Além da sede, criação, rebanho, rês,

Nossa febril e lânguida embriaguez.


Joaquim Maria Castanho


La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português