10.17.2017

Thomas Mann, Os Buddenbrook



"Deus salvara-o. Outra vez, ainda criança, durante os preparativos para um casamento, assistira ao fabrico de cerveja (era costume fazer-se em casa). Para o efeito fora colocado um enorme barril em frente da porta. Ora, sucedeu que esse barril tombou, apanhando a criança. O estrépito e a violência da queda foram tais que a vizinhança acorreu e foram necessários seis homens para voltar a erguer o barril. A cabeça do menino ficou esmagada debaixo da cuba e o sangue corria abundantemente por todo o corpo. Puseram-no numa padiola e, como ainda lhe restasse um sopro de vida, levaram-no ao médico e a um cirurgião. Ao pai consolaram-no, porém, dizendo-lhe que se devia conformar com os desígnios divinos, pois que era impossível que o filho se salvasse… Pois atentai então: Deus Todo-Poderoso abençoou os recursos médicos e restabeleceu-lhe a saúde por completo! Ao recordar-se desse terrível acidente, o cônsul voltou a pegar na pena e escreveu a seguir ao derradeiro «Ámen»: «Meu Deus, a Ti louvarei para todo o sempre!»"

In THOMAS MANN, OS BUDDENBROOK, página 64
Tradução de Gilda Lopes Encarnação
Coleção Essencial - Leya/Livros RTP




A SININHO

Ouço o teu ouvido
A escutar
O silêncio consumido
Na leitura do lugar. 

E sob esse dossel de sílabas
Umas mudas, outras estridentes
Sedosas, penteadas, 
Nascem meigas pétalas
Queridas, desejadas… 

– Sorrisos, afetos, gentes! 

Joaquim Maria Castanho

PENSAR PARA O VENTO...




PENSAMENTO AVENTADO

Alguém lê, 
E eu sinto algo… 
Como se pensar
Fosse um não-sei-quê
– Nascido farejar
No nariz dum galgo! 

Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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