NUVEM APRAZÍVEL
A poesia é imprevista
Tal uma trovoada d'abril;
Pega a arte e o artista,
Surpreende poetas, aedos,
Afia nomes pelo esmeril,
Revela íntimos segredos
– Mesmo os escondidos de nós
Nas cavas profundezas da voz.
A poesia subverte os sons,
Os significados distantes
E os próximos; dá meios tons
Aos tons que entoara antes;
Mas, principalmente, é fugaz
E só por instantes nos apraz.
Joaquim Maria Castanho