9.14.2006

PARABÉNS ANTÓNIA RITA

(Central, 8 de Setembro de 2006)

Avozinha!... Estou aqui; não estranhes...
(Eu sei que poucas vezes te tratei assim
A não ser quando estava doente!) Mas sou o Quim
O de sempre; aquele que nasceu depois de ti,
Só um dia depois, mas também um dia antes...

Sei que terias orgulho de mim, neste momento...
Sobretudo pela companhia. Ela consegue
Como tu esquentar o frio, arrefecer o calor, mudar o vento,
Arrepiar o pesadelo, suster o rodopio que me persegue
Na febre, o receio, como tu conseguias – ela consegue!

Te celebramos com sopa... Não leves a mal.
Que da horta, na horteloa que foste
Ainda não há quem melhor mostre
Como da folha de qualquer copa
Se pode fazer uma sopa
Juntando-lhe apenas água, azeite e sal.

Ou soro para enfermo, como fazias
Com salsa, hortelã, caldo de carne e pão
Matando varicelas, sarampos, papeiras e demais agonias
Que não poupavam o crescer à trupe do calção.

Mas hoje, escuta a Philipa... Ela tem algo a dizer
Além de ser Antunes e ter a marca do Brasão:
– Parabéns avó! – Tu que foste sangue, carne, osso e pó
És igualmente agora aquele simples coração
A bater, a pulsar, a ler, a tinir sem mágoa nem dó
Nas colheres que brindam o plim-plim do teu renascer.
Parabéns avó, que a morte não é condição
Que apague o teu amor ao amor, nem vontade de viver!


Filipa Brasão Antunes
Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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