ESTAS MURALHAS
TE PERTENCEM
Não posso dar-te as chaves da minha
cidade
Porque é livre e de portas abertas,
sem idade...
Mas de tanto nomeá-las, a todas as
suas ruas
Se tornaram minhas – e que agora, são
tuas!
Tuas, por direito e alegria de um Portus Alacer;
Que aos portos só podem chamar-se da alegria
Se forem igualmente pertença daquela,
que mulher
Foi também rainha e luz diamantina, no
dia-a-dia.
Portanto, se quanto esta terra teve egrégios
avós
É meritória do romance que o teu nome
encerra,
Das muralhas de D. Dinis os Pedros
somos nós
Pedras de afeto seguro que só por ti
se esmera,
E cresce dando-lhe o peito como lho dá
a Serra.
Que os montes das oliveiras, penhascos
e sobreiros
Onde pascem os sonhos floridos das
Maias este mês
Sabes, sem dúvida o fazem para serem
os primeiros
A cantar-te em saudade, com baladas a
Dona Inês!
Joaquim Castanho