INSTANTE ÍMPAR
E eis que nesse exato momento
Em que me viro, tu estás a passar…
Então, fico em suspenso e nem tento
Sequer um gesto, ou um pestanejar.
No existir (ideal) que acalento
A perfeição (inicial) só pode estar
No instante (em que te vejo o vento
Manso se ergue…) da brisa a murmurar.
Séculos e séculos que eu vivesse,
Todos e nenhum valeriam metade
Desse segundo em que a rua desces;
Em que te vejo e és toda a verdade,
Não só imaginada, mas também real
E passo a passo sentida como tal.
Joaquim Maria Castanho
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