FITANDO O PONTO
Há aves de rapina sobre a Poesia,
Garras afiadas, peçonha nos grasnidos,
Rondam as odes incautas no dia-a-dia,
Rasgam brechas nos sentires distraídos…
Todo o cuidado é pouco; que alegria
Demonstram, mas têm outros intuitos
Sub-reptícios em sua mente fria
Calculista, de rapaces fortuitos.
Entrementes, de palavras aperradas
Perscrutamos as poeiras no caminho;
Na bandoleira, rimas calibradas
Estão d’alerta e a postos, sem desatino
Ansiando salto, disparo e refrega.
Prontas já ao derrame na entrega!
Joaquim Maria Castanho
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