OS
RIOS
Os
rios têm cantigas de ceifeiras,
Baladas
esquisitas e formosas…
Há
lá no fundo cristalinas eiras,
Onde
bailam crianças vaporosas.
De
noite, pelas horas religiosas,
Os
rios têm cantigas de ceifeiras,
E
ao verem-nos passar dizem as rosas:
…
Água que vem de terras estrangeiras!
No
entanto, como enormes esqueletos
Cobrem
o rio as árvores, Hamletos
Numa
postura estática e silente…
E
a lua vai boiando à tona da água,
Gémea
do amor, dos séculos, da mágoa,
Como
Ofélia nas águas da corrente!
ANTÓNIO
NOBRE
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