À
MODA DO NÃO
Os portugueses
podem estar descansados, pois têm uma classe política, trabalhadora e abnegada,
que vela por eles. E vela tão bem, com tanto tino, zelo e empenho; tanta garra,
valentia e veneta, que mesmo de férias a sua arremetida agendou mais TRÊS
reuniões parlamentares extraordinárias TRÊS, a fim de aprovar os cortes
salariais da função pública e o Orçamento Retificativo. Sessões essas, diga-se
em abono da verdade, que aliviarão os cofres da nação em quase 100 mil euros,
dos quais 50 mil irão diretamente para os seus bolsos, mais coisa menos coisa,
em deslocações e ajudas de custo, e para todos os deputados sem exceção de
credo, cor ou raça – note-se, e sem melindre de ala, que aqui, sim, há
moralidade…
A coisa,
garantidamente, vai ficar baratinha – apenas uns trocos, se dirá –, por quanto,
a estadia dos ditos que deputam na capital mas de fora do distrito de Lisboa
são, não irá além dos 70 € por cada bico, e com viagens abonadas a 36 cêntimos,
por quilómetro, que até ela tenham de percorrer desde o seu Lar Doce Lar, ainda
que este diste no além das esquinas do retângulo à beira-Europa periferado.
100
mil aéreos por duas reuniõezinhas, mais uns extras para comissões disto e daquilo,
é uma verdadeira pechincha para a nação, convenhamos. Senão, experimentem
opor-se-lhes, que eles entram em greve, e depois é que vão ser elas… Até a
Troika se benzia num vá-de-reto de quem mais dá!
J M
C
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