AS
VANTAGENS DA FLORESTA ABERTA E DA BIODIVERSIDADE
Se é verdade que apenas uma árvore não faz a
floresta, o que também é incontestável, por igualmente verdadeiro, é que uma só
espécie, por mais rentável e generosa que ela seja, jamais gerará a biodiversidade
suficiente e eficaz para se alcançar a sustentabilidade do ecossistema
desejável, a fim de conseguirmos o equilíbrio da ecosfera, bem como a
eternidade da vida, da qual a humanidade é a estratégia com maior sucesso no
universo, de acordo como atualmente o conhecemos.
A floresta é um espaço de riqueza, e valioso
património ético, cultural, natural e ambiental, além de inequívoca fonte de
vida e habitat comum a uma multidão de espécies, que será tanto mais precioso,
mais forte e resistente, tanto mais saudável e produtivo, quanto maior número
de possibilidades e oportunidades biológicas em si encerrar, enfim, quanto
melhor apetrechado estiver pelo alargado e aberto leque da variedade das
espécies autóctones ou não que pertencem à nossa flora (regional e local).
Portanto, convém sublinhar, com vista a
definir-se plausivelmente que tipo de floresta queremos para a nossa região,
como ordenar o território em sua consequência, de maneira a que mais nos
beneficie, e às restantes regiões portuguesas/europeias, que ao invés de
excluir (eliminar) todas as espécies [invasoras] exóticas dos campos
alentejanos, como aconselha o conservadorismo nacionalista fundamental e
bacoco, importa sim reconhecer a mais-valia ambiental, económica e social, que
representam as espécies que a natureza já selecionou como sendo as melhor
adaptadas aos nossos diferentes biótipos, aos nossos climas e solos, às nossas
condições edafoclimáticas, que, por serem mutáveis e terem sofrido considerável
alteração na última década, estabelecem e propiciam uma nova linha de entrada
de flora, tanto de forragem, como cerealíferas, frutícolas e florícolas,
estrangeira, logo incomum, que provado está melhor servirem os interesses do
nosso ecossistema e habitats, quer do ponto de vista turístico, decorativo e
paisagista, como na exploração direta racional e sustentada, no sentido de
contrariar a acelerada desertificação do interior e baixa densidade
populacional, bem como combater as assimetrias verificáveis que estimulam o
êxodo da população ativa para regiões onde possam desfrutar de maior qualidade
de vida.
Joaquim Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário