6.04.2011


Consciência ou Criancismo, Eis a Questão
(:Apontamentos à mesa do Alentejano)

As democracias não são todas tão democráticas quanto aparentemente se observa e nos querem fazer crer. Podemos mesmo dizer que há umas mais democráticas do que outras, à semelhança daquilo que G. Orwell disse a propósito dos animais da sua quinta explicada no book da sua faceta mais irónica e satírica, em galhofeira crítica a determinadas sociedades fundamentalistas: todas as democracias são iguais, mas há umas mais do que as outras. Isto é, depois dos modelos económico-sociais não devemos parar nas nossas conquistas e ir um pouquinho mais além, entrando no capítulo das qualidades – da qualidade de vida, do grau de prosperidade e bem-estar, do nível da participação e da cidadania, das expectativas de futuro e sustentabilidade, do aprofundamento das relações democráticas, da transparência, da igualdade de oportunidades, do combate à corrupção e ao tráfico de influências, do debate franco e aberto, enfim, num modelo democrático que contemple o contínuo exercício da alternância e diversidade na composição, bem como se cultive na prática da discussão profunda, que favoreça a intervenção activa de todos os cidadãos e de todas as diversas formas de organização e/ou movimentos que expressem a sua vida gregária, outorgando-lhe os correspondentes direitos e deveres de participação efectiva, e não simplesmente, constitucional como atualmente se manifesta.
Uma democracia que permita e exija um poder mais próximo, melhor partilhado, mais transparente e superiormente fiscalizado por todos, num quadro administrativo eficaz e descentralizado, em que os diferentes patamares da organização do Estado, desde as associações de bairro, freguesias, concelhos, regiões ao poder central e da União Europeia (UE) se entrelacem e interpenetrem como um todo que persegue o progresso, o desenvolvimento, a igualdade e a sustentabilidade.
Principalmente porque à organização do Estado e ao Planeamento económico não podem alhear-se todos quantos lhes sofrem a governância, uma vez que as grandes questões do presente e do futuro lhe dizem diretamente respeito, independentemente dos seus graus de responsabilidade, consciência cívica, emancipação e autonomia, ou da apetência voluntariosa e contributiva em que enquadrem, desde empregados a empresários, com inegável direito de decisão nos vetores da nacionalidade, sejam eles de ordem militar e do envolvimento do país em operações belicistas internas ou externas, no processo de construção da UE, nas questões de segurança e aduaneiras com países cujos limites nos são próximos e onde a classe operária se nos irmana.
Um tipo de democracia que assenta nos pressupostos da Sociedade da Informação e do Conhecimento, onde as TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação) facultam a tomada de consciência coletiva dos fatos e dos problemas nacionais e continentais, como globais, motivando cada um para as contingências(1) existenciais de cada outro e simultaneamente de todos, e torna a IV Internacional Socialista na plataforma de excelência na prossecução dos ideais e anseios de todos os trabalhadores da atualidade que se quer perpetuar num futuro definitivamente imorredoiro.
(1) Contingências – factos possíveis mas incertos; que podem acontecer ou não, cuja essencialidade não está determinada; eventualidades, condicionalismos de duvidosa estirpe e consequência; que têm natureza fortuita e ocasional.

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