10.13.2023

amor de tia

 


AMOR DE TIA

 

Há muito, há muito tempo

Coisa de século, talvez

Que o Monte cortou o vento

Pla magia que o destino fez

E faz brotar searas do chão

Inóspito, realidade tida

Para a república do ter pão

– Abrigo ante os ventos da vida. 

 

E no destino congeminado

Em preces a Santa Filomena, 

Eis que brota do Amor criado

Na devoção e vida amena

Produto de desejo e de fé,

A prole onde vingou serena

A minha tia MARIA JOSÉ.

 

A que no sábado passado

Semeia anos de século inteiro,

Ditando ao mundo o seu segredo

De longevidade e distinção:

Que é à família ver primeiro

Por maior que seja a multidão;

O rigor dos tempos, do degredo

Das exigências, ou precisão;

Da distância e descuidado

Ou detalhes de ganha-pão.

 

Que os amores se verdadeiros

– Tal não o desconhece ninguém… –

Não são só títulos de jornal,

Mas sim tantos anos inteiros

A ver os seus só com olhos de bem

– Nunca os ter visto com olhos de mal.   

 

Joaquim Maria Castanho

Mia Teixeira

10.10.2023

 


 




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