QUE DESPLANTE!
Os meus poemas irrompem apressados
A rascunhar as valetas do desejo
E fustigam silêncios (ensimesmados).
São condóminos do grito e do beijo.
Os poemas assustam-se se deslumbrados
Com as hilaridades, com os gracejos
Dos leigos insensíveis – e iletrados.
E dos domadores de percevejos
Esses insetos que não os deixam dormir.
Lhe mordem, intriguistas, arruaceiros
Os sonhos do presente pla mira do porvir.
Os meus poemas soltam-se das prosas tidas
E ocupam os instantes derradeiros
– Só pra viver as suas próprias vidas…
Joaquim Maria Castanho
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