9.11.2022

A grande INCÓGNITA

 


A GRANDE INCÓGNITA


Chamo-me Futuro, e não sou pra graças.

Nada sei do amanhã à exceção daquilo

Que é tão irrevogável como os braços de Milo

Na frugalidade do Agora e suas trapaças.

Podem não me ver sem lentes especiais

Esquecer-me entre as bagagens usuais

De quem pernoita nos desvãos e nas praças.


Nos arquivos, concertos e festivais

Ou nas partilhas por heranças e traças

Com que a inveja congemina planos, ameaças

Para se vingar dos que pensa serem mais.


Mais isto e aquilo, aqueloutro e coisa e tal

Sabe-se lá! – Ou sinal intermitente

Tipo digital VIVO / MORTO, Virtual

Versus Real, em que existe tanta gente.



Chamo-me Futuro, e estou de partida

Para onde o passado não me encontre,

Perdendo de mim o rasto, sentido e norte,

Ainda que mui deseje repetir a vida!


Joaquim Maria Castanho

Com foto de Mia Teixeira

Portalegre, 11 de setembro de 2022

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La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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