7.26.2015

IDENTIFICAÇÃO E CIDADANIA ATIVA




IDENTIFICAÇÃO E CIDADANIA ATIVA


A CARTA DE VENEZA (1964), que baseou (ou originou) o conceito de património ambiental urbano, é o documento que fundamenta a preservação das áreas de ambiência nas quais as pessoas e os bens, as espécies e a biodiversidade, estabelecem relações de confluência de interesses (em mutualismo, parasitismo ou simbiose), pelo que a ideia de ambiente não poderá nunca significar somente coisa ou lugar, mas antes relação (do latim amb + ire, que quer dizer exatamente junto ir ou ir junto), sugerindo-nos assim que, muito mais importante do que sermos ou reivindicarmo-nos como cidadãos e cidadãs, é que o façamos de uma forma consequente, ativa, responsável, democrática, positiva, emancipada e consciente, alheia aos criancismos egoístas e indiferenças imaturas que caraterizam o provincianismo bacoco e mediavalesco vigente em certas cidades interiores.


Há pessoas que vivem para enjavardar. Para enjavardar os demais atirando-lhe para cima todos os preconceitos e taras que conhecem. Para se enjavardar a si mesmas com substâncias, ideias desesperadas e intenções perversas, ou estados de ânimo deploráveis. Para enjavardar o ambiente, a fim de fazerem dele uma extensão paradisíaca de si e área ideal ao seu modus vivendi. E até acham que quem não segue os seus padrões e conduta, não é moderno, não está na moda nem é civilizado...


Porém, sujar o património, destruir os equipamentos sociais, o edificado histórico ou as infraestruturas ambientais, não é estar na moda nem ser moderno, e muito menos ser civilizado – é ser ignorante, associal e psicopata. E inadaptado ou inadaptada. É negar o ir junto e preferir o ficar só, o que, considerando a atual tábua de liberdades, direitos e garantias, se não pode negar a ninguém, e nos obriga a expulsar essas pessoas do convívio com as demais, isolando-as em prisões ou enviando-as para meios selvagens incivilizados onde nem os primatas habitem.

Então, por que não o fazemos? Porque nos achamos iguais a eles e elas? Hum!...


Joaquim Castanho

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