
Declaração política da
Deputada Heloísa Apolónia (PEV)
sobre o início da última sessão legislativa
17 de Setembro de 2008
Deputada Heloísa Apolónia (PEV)
sobre o início da última sessão legislativa
17 de Setembro de 2008
Iniciamos hoje mais uma sessão legislativa, a última desta legislatura, e aquela que vai preceder e abarcar três actos eleitorais, incluindo as eleições legislativas.
Ora, por isso, e tendo em conta aquilo a que temos assistido, entendem “Os Verdes” que é determinante fazer um alerta para toda a desinformação, para toda a manipulação de números e de dados que possam vir a verificar-se doravante com muito maior intensidade, no sentido de pintar o país de uma realidade que não é a sua em concreto.
O Governo tudo fará, não para cumprir de facto as suas promessas eleitorais, designadamente as mais emblemáticas, mas para dizer e para fazer crer que estão cumpridas.
Todos temos bem recordado, por exemplo, o compromisso de criação dos cento e cinquenta mil postos de trabalho. Este compromisso foi entendido por toda a gente como menos 150.000 pessoas no desemprego. O certo é que o desemprego continua a crescer com o Governo PS, e bem acima da taxa de 2004, e que, dos postos de
trabalho que o Governo diz que foram criados, resta saber quantos deles se mantêm efectivamente nos dias de hoje e qual é o âmbito da precariedade desse trabalho, que segundo o INE é elevadíssima – só no ano de 2007 o emprego criado foi praticamente todo sustentado na precariedade -, significando que são pessoas que trabalham hoje, mas amanhã poderão estar à procura de novo emprego. É por isso, que “Os Verdes” alertam para a manipulação de dados, para que as pessoas estejam bem alertadas e informadas sobre os verdadeiros resultados das políticas que se têm praticado neste país.
O mesmo se passa em relação ao compromisso assumidíssimo pelo Governo de que no ano de 2008 os funcionários públicos, referência de aumentos salariais também para o sector privado, não perderiam poder de compra, tendo em conta os prejuízos relacionados com os decréscimos reais salariais de que têm sido vítimas nos últimos anos consecutivamente. O que o Governo fez foi oferecer um aumento salarial com base na sua estimativa da taxa de inflação para o ano de 2008, ou seja 2,1%, quando na verdade a taxa de inflação foi sucessivamente sendo revista em alta, já subiu para os 3,1% e sabe-se lá onde vai parar realmente. Resumindo e concluindo: os trabalhadores perderam, e não foi pouco, poder de compra e os seus salários sofreram novamente uma diminuição real face aos custos agravados que os cidadãos têm que enfrentar nos seus pagamentos diários e mensais.
Outro exemplo, entre tantos, é o do Complemento Solidário para Idosos. Para além das restrições de acesso a esta prestação, que viemos a conhecer depois, como a total dependência do vencimento dos filhos, para além da burocracia tendente a dificultar o seu acesso, o Governo havia assegurado que pelo menos 300.000 idosos estariam enquadrados neste complemento. Até hoje os números, do próprio Governo, rondam os 90.000 beneficiários, não chegando sequer a um terço do número que o próprio Executivo reconhecia como de idosos que necessitam de ver urgentemente os seus rendimentos aumentados, porque não atingem sequer o patamar mínimo que lhes possa permitir viver com alguma sustentabilidade.
Poderíamos também dar o exemplo das promessas ditas e repetidas de que este Governo salvaria a conservação da Natureza, tão estrangulada, o que é verdade, nos anos antecedentes. O Instituto da Conservação da Natureza passou a Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, mas mantendo um denominador comum… o estrangulamento financeiro a que o Governo não dá resposta porque entende que a conservação da natureza é absolutamente para secundarizar na sua orientação política. Por isso, os PIN ultrapassam os objectivos de conservação de valores naturais e de potencialidades de actividades e desenvolvimento das populações locais; por isso as áreas protegidas continuam com sérias dificuldades de investimento; por isso a Fundação para as Salinas do Samouco não sobreviveu; por isso o Governo, na sua lógica de intervir no ambiente apenas naquilo que der margem de negócio para os privados, pondera a privatização das matas nacionais – passar para os privados o que é património colectivo é um dos lemas deste Governo.
Podíamos relembrar muitos outros exemplos, entre tantos outros, como os estudos e os inquéritos sempre coxos nas explicações técnicas que têm que ser prestadas, mas que o poder político não quer ter como cabalmente esclarecidas, como nos acidentes que se deram na linha do Tua ou como a argumentação para a construção de dez novas barragens em Portugal, ou do novo aeroporto internacional; podemos relembrar a falha do compromisso da realização de um referendo para o Tratado Europeu, ou a falha inegável de compromisso para uma mais justa legislação laboral, tendo designadamente em conta as propostas que o PS apresentava de revisão desta legislação quando era oposição e a que apresenta agora, enquanto Governo. De resto, esta é uma das matérias que vai marcar o início desta sessão legislativa. Um Governo dito de esquerda vai desferir um dos maiores golpes aos trabalhadores em Portugal, fragilizando e desvalorizando completamente a sua posição na relação laboral.
O alerta para este final de legislatura que “Os Verdes” aqui deixam é que as medidas eleitoralistas vão chegar, as ilusões de mudança vão proliferar em bom jeito publicitário. Cuidado… para que ninguém se deixe enganar, para que não venhamos a ter novamente direitas mascaradas de esquerda, porque este país precisa substancialmente de virar à esquerda!
Ora, por isso, e tendo em conta aquilo a que temos assistido, entendem “Os Verdes” que é determinante fazer um alerta para toda a desinformação, para toda a manipulação de números e de dados que possam vir a verificar-se doravante com muito maior intensidade, no sentido de pintar o país de uma realidade que não é a sua em concreto.
O Governo tudo fará, não para cumprir de facto as suas promessas eleitorais, designadamente as mais emblemáticas, mas para dizer e para fazer crer que estão cumpridas.
Todos temos bem recordado, por exemplo, o compromisso de criação dos cento e cinquenta mil postos de trabalho. Este compromisso foi entendido por toda a gente como menos 150.000 pessoas no desemprego. O certo é que o desemprego continua a crescer com o Governo PS, e bem acima da taxa de 2004, e que, dos postos de
trabalho que o Governo diz que foram criados, resta saber quantos deles se mantêm efectivamente nos dias de hoje e qual é o âmbito da precariedade desse trabalho, que segundo o INE é elevadíssima – só no ano de 2007 o emprego criado foi praticamente todo sustentado na precariedade -, significando que são pessoas que trabalham hoje, mas amanhã poderão estar à procura de novo emprego. É por isso, que “Os Verdes” alertam para a manipulação de dados, para que as pessoas estejam bem alertadas e informadas sobre os verdadeiros resultados das políticas que se têm praticado neste país.O mesmo se passa em relação ao compromisso assumidíssimo pelo Governo de que no ano de 2008 os funcionários públicos, referência de aumentos salariais também para o sector privado, não perderiam poder de compra, tendo em conta os prejuízos relacionados com os decréscimos reais salariais de que têm sido vítimas nos últimos anos consecutivamente. O que o Governo fez foi oferecer um aumento salarial com base na sua estimativa da taxa de inflação para o ano de 2008, ou seja 2,1%, quando na verdade a taxa de inflação foi sucessivamente sendo revista em alta, já subiu para os 3,1% e sabe-se lá onde vai parar realmente. Resumindo e concluindo: os trabalhadores perderam, e não foi pouco, poder de compra e os seus salários sofreram novamente uma diminuição real face aos custos agravados que os cidadãos têm que enfrentar nos seus pagamentos diários e mensais.
Outro exemplo, entre tantos, é o do Complemento Solidário para Idosos. Para além das restrições de acesso a esta prestação, que viemos a conhecer depois, como a total dependência do vencimento dos filhos, para além da burocracia tendente a dificultar o seu acesso, o Governo havia assegurado que pelo menos 300.000 idosos estariam enquadrados neste complemento. Até hoje os números, do próprio Governo, rondam os 90.000 beneficiários, não chegando sequer a um terço do número que o próprio Executivo reconhecia como de idosos que necessitam de ver urgentemente os seus rendimentos aumentados, porque não atingem sequer o patamar mínimo que lhes possa permitir viver com alguma sustentabilidade.
Poderíamos também dar o exemplo das promessas ditas e repetidas de que este Governo salvaria a conservação da Natureza, tão estrangulada, o que é verdade, nos anos antecedentes. O Instituto da Conservação da Natureza passou a Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, mas mantendo um denominador comum… o estrangulamento financeiro a que o Governo não dá resposta porque entende que a conservação da natureza é absolutamente para secundarizar na sua orientação política. Por isso, os PIN ultrapassam os objectivos de conservação de valores naturais e de potencialidades de actividades e desenvolvimento das populações locais; por isso as áreas protegidas continuam com sérias dificuldades de investimento; por isso a Fundação para as Salinas do Samouco não sobreviveu; por isso o Governo, na sua lógica de intervir no ambiente apenas naquilo que der margem de negócio para os privados, pondera a privatização das matas nacionais – passar para os privados o que é património colectivo é um dos lemas deste Governo.
Podíamos relembrar muitos outros exemplos, entre tantos outros, como os estudos e os inquéritos sempre coxos nas explicações técnicas que têm que ser prestadas, mas que o poder político não quer ter como cabalmente esclarecidas, como nos acidentes que se deram na linha do Tua ou como a argumentação para a construção de dez novas barragens em Portugal, ou do novo aeroporto internacional; podemos relembrar a falha do compromisso da realização de um referendo para o Tratado Europeu, ou a falha inegável de compromisso para uma mais justa legislação laboral, tendo designadamente em conta as propostas que o PS apresentava de revisão desta legislação quando era oposição e a que apresenta agora, enquanto Governo. De resto, esta é uma das matérias que vai marcar o início desta sessão legislativa. Um Governo dito de esquerda vai desferir um dos maiores golpes aos trabalhadores em Portugal, fragilizando e desvalorizando completamente a sua posição na relação laboral.
O alerta para este final de legislatura que “Os Verdes” aqui deixam é que as medidas eleitoralistas vão chegar, as ilusões de mudança vão proliferar em bom jeito publicitário. Cuidado… para que ninguém se deixe enganar, para que não venhamos a ter novamente direitas mascaradas de esquerda, porque este país precisa substancialmente de virar à esquerda!

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