11.22.2019

Elton John - Your Song Legendado Tradução

Annie Lennox - Why (Official Music Video)

A SEARA DO VENTO






A SEARA DO VENTO





Antes ou depois de nós
É o sol quem o indica... –
Se uma fala se faz voz
Até escuridão explica.
Explica entre as cores,
Naquelas que levantam voo,
E vão onde quer que fores
A soar como ninguém soou.

Tanto rolas como folhas
Procuram o seu lugar,
Até que tu te recolhas
Até qu'aprendas a voar.

E nesse dizer do vento
Qu'ora sopra, ora para,
Nada morre por intento;
Só é húmus, se momento
Que no livre céu siara.

Joaquim Maria Castanho

11.20.2019

Up where we belong - Joe Cocker (Tradução)

POESIAS & SECRETARIAS





POESIAS E SECRETARIAS

Deram três rebuçados ao interior...
Todavia as sementes nunca se plantam!
Porque para semear, antes alqueivam
E já quem está a plantar, está a dispor.
Que isso de fazer crescer não tem autor
Embora tenha autoria, s'o inventam
Não pelo que copiam, nem que anexam
Mas plo que se faz sem ser troca de favor.
É regredir pôr a corte atrás do pagem
Por melhores que lhes sejam as intenções,
Pois quando o feijão não vem da vagem
É por que vem da cozinha das ilusões.
As autorias são par'aqueles que fazem
Não pròs que são somente seus vendilhões.

Joaquim Maria Castanho

11.17.2019

Avril Lavigne - Don't Tell Me (Legendado)

Paramore - The Only Exception (Legendado/Tradução)

NO OUTONO ATÉ O DORMIR DÁ SONO


 

(IN)DESCANSO DOMINGUEIRO

Sim, hoje é mesmo outono.
Dúvidas? Nenhuma resta.
O dia ajuda a ajustar sono
Mas pra descansar... Não presta!

Joaquim Maria Castanho

11.16.2019

AS BOLHAS IMACULADAS





AS BOLHAS IMACULADAS

Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei dos profetas.” – Mateus 7, 12 e Lucas 6, 31

Acautelar a biodiversidade, qualidade do ar, recursos hídricos, economia circular, tratamento de resíduos, gestão racional dos recursos biológicos, seriedade na gestão e ordenamento do território, remoção dos plásticos de fundo do mar e albufeiras, acuidada conservação da natureza, bem como ter uma regrada agricultura e produção animal, são etapas de um processo contínuo de combate às alterações climáticas, que devem ser mitigadas, com vista a garantirmos a sustentabilidade ambiental portuguesa, tendo todavia, em linha de conta, que aquilo que fizermos cá dentro, nesse sentido, quem mais beneficiará serão provavelmente os outros povos, outros países, outros habitats, e até outros continentes, tal como, o que essoutros países, povos, continentes fizerem estará a beneficiar (ou prejudicar) por sua vez, indubitavelmente a nós.

Borboleteando de outro modo: o presente não pode alimentar nacionalismos infantis, caso contrário, vamos todos e todas prò maneta, e enquanto o diabo esfrega um olho.

Portugal tem feito a sua parte – e com algum sucesso, pese embora a elevada dose de incivilidade que predomina em diversos nichos, setores ou comunidades da nossa tradição secular e incivilizada.

Chegou a hora de começarmos a pensar não só nos legumes do nosso quintal e interesses, nesse criancismo egocentrista que é apanágio das gerações de 70 e 80 da portugalidade vigente, pseudonacionalista conservadora e radical, para quem a lei e o Estado de direito são uma espécie de argila para fazer presépios, moldável e manipulável conforme os caprichos e modas momentâneas. Brincar tem hora e está na hora de nos tornarmos uns homenzinhos e mulherzinhas responsáveis, íntegros, conscientes, emancipados, fraternos e determinados. É que se o não fizermos deixamos de ter razão para reclamar quando os demais países ou povos – como é exemplo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), se estiverem a borrifar para toda a gente e planeta, aumentando categoricamente as suas emissões de GEE (gases com efeito de estufa – CO2, óxido nitroso e metano), em nome da sua economia e crescimento demográfico.

Somos uma pequena bolha, é verdade, perante o universo e seus buracos negros. Mas importa que sejamos uma bolha sem mácula, um exemplo de clareza e transparência, para que possamos refletir a nossa maturidade humana e democrática. Porque somente assim seremos princípio, meio e fim aos olhos do mundo.

Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

11.15.2019

Madredeus - O Paraíso

AS COISAS QUE NÃO LEMBRAVAM NEM AO DIABO





AS COISAS QUE NÃO LEMBRAVAM NEM AO DIABO

Quando escrevia para os órgãos de comunicação social locais e regionais, bem como para os periódicos portalegrenses, que é quase a mesma coisa mas dita sem salamaleques, uma das críticas que me faziam era a de que eu costumava dizer coisas que não lembravam ao diabo. De entre elas, era a de que a fatia territorial que primeiro iria sofrer os efeitos das alterações climáticas seria o interior algarvio. Afinal, onde estava a estranheza? Hoje, exatamente hoje, o stress hídrico é um facto indesmentível no nordeste algarvio e sudeste alentejano, debatendo-se com os efeitos diretos de uma seca extrema, e o resto do Alentejo já se encontra em seca severa – conforme os dados divulgados pelo IPMA, Instituto Português do Mar e Atmosfera.

BEJA, a tal terra que não vai ter o aeroporto internacional porque ele faz falta a um território saturado pela ocupação humana e amenizar os prejuízos tidos e contraídos em favor do do Montijo – extensão do de Lisboa –, e que quando ficar sem agricultura nem olivicultura, pouco mais do que com mel coado há de ficar para fazer frente à desertificação crescente, é, conforme as tais coisas que não lembram ao diabo mais uma dificuldade que não cabe a Deus resolver, uma vez que nós desperdiçamos a oportunidade de a menorizar, também outra faixa do território português que irá sofrer os efeitos diretos das alterações climáticas.

Todavia, para as instituições político-administrativas deste torrão à beirarraia plantado, ao que parece, pelo comodismo e silêncio compungido evidentes, vivemos todos e todas no melhor e mais promissor dos mundos candidamente conhecidos, tão cândidos quanto o eram para o Cândido de Voltaire, que ainda em 1755 e perante a derrocada de Lisboa, insistia em viver no melhor dos mundos, pois Deus havia de acorrer a tempo e resolver tudo por nós, e a nosso contento. O que era preciso era ter fé... Isso mesmo, outra das coisas que não lembram nem ao diabo!

JOAQUIM MARIA CASTANHO

11.13.2019

AS FRONTEIRAS SÃO SEPARADORES QUE UNEM


  


AS FRONTEIRAS SÃO SEPARADORES QUE UNEM

Todos os [principais] problemas nacionais têm uma solução europeia. Apenas importa reconhecê-los e deixar de os enfrentar isoladamente. A chave do progresso chama-se cooperação estratégica. Os governos de todo o mundo sabem-no, alguns praticam-no, os mais ricos testemunham-no. Os países nórdicos, a Alemanha, a Bélgica, a Áustria,a França, são pioneiros dessa atitude.

Ao impulsionar o progresso e desenvolvimento do interior (raiano) português, estamos a fazer com que as semelhanças e qualidade de vida europeia se estendam à periferia que ainda somos, exatamente para o deixarmos de ser. Não devemos, nem podemos, permitir-nos a continuar como estância de férias para a classe média dos países desenvolvidos. Temos que reinventar-nos como parceiros de crescimento da Europa pós-brexit – e com responsabilidades acrescidas (exatamente por causa dele).

Mas para que tal aconteça é necessário mais investimento estrutural, pois sem ovos não se fazem omeletas. Bem pode o primeiro ministro correr atrás dos prejuízos aumentando o aeroporto de Lisboa, via Montijo, desde que não se descure também a oportunidade de BEJA. Este segundo é mesmo de maior interesse nacional do que o primeiro. É um passo que pode configurar a cooperação estratégica com Espanha com vista a consolidar a Europa, provando assim que desde os frios recônditos do Mar do Norte até à Ponta de Sagres só há uma moeda, uma civilização (multicultural), e um desígnio – sermos a vanguarda do amanhã inegavelmente sustentável.


JOAQUIM MARIA CASTANHO

11.12.2019

A CLAREZA É FONTE DE PROGRESSO





É PRECISO DESOCULTAR OS CAMINHOS DO PROGRESSO

Em Portugal, todas as capitais de distrito podem ficar ligadas por transportes ferroviários. Mas não convinha que ficassem ligadas de acordo com o traço estrutural que arruinou os caminhos de ferro portugueses, uma vez que a rede ferroviária foi tecida de forma a que, nosinho após nosinho,Lisboa ou o Porto se encontrassem sempre no fim do caminho. Além do abraço aéreo europeu, com o estabelecimento dos três aeroportos internacionais nacionais (BEJA, Lisboa e Porto), poderia assim existir um outro abraço, mais terra a terra, asseguradamente terreno, que unisse as nossas terras, através da linha férrea, e que ligasse IGUALMENTE as capitais de distrito do interior desde o Algarve até Trás os Montes, com passagem por Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, etc., etc., até Vigo, por exemplo. E 15 anos era tempo mais que suficiente para o conseguir, assim as formações políticas portuguesas e os sucessivos governos o quisessem, e nisso se empenhassem.

Há mais Portugal, onde também vivem portugueses e portuguesas, para além de Lisboa, Porto, Coimbra e Aveiro, onde se produzem produtos IGUALMENTE nacionais, se cultivam tradições milenares IGUALMENTE lusitanas e europeias, se aposta no progresso IGUALMENTE europeu, e que estão radicadas no Algarve ou Alentejo, ou Beiras, ou Trás os Montes. Logo, que integram o património cultural, territorial e ambiental mais antigo da civilização ocidental. E isso é um caminho que consolida a nossa civilização, a transforma num argumento de peso – e de sustentabilidade garantida – que não pode ficar oculto, nem escondido de ninguém. Nem sequer da globalização atual...

Joaquim Maria Castanho

11.11.2019

PELO CÉU É QUE VAMOS





PELO CÉU É QUE VAMOS


Só um enorme desconforto nos impede de desejar o que está certo preterindo o seu contrário, o errado. Ou porque nos sentimos mal connosco e indispostos com os demais, ou, então, porque sabendo que algo está mal, nos mantemos na secreta solidão dos eleitos, mas temos medo de enveredar por ela consecutivamente, com consciência e responsabilidade, levando-a às últimas consequências, que é pensar para agir, e agindo de forma a resolver esse erro, falta, incoerência, inexatidão, etc. Alguns e algumas atiram para Deus, outros e outras esperam que o tempo faça por eles e elas, havendo também quem sacuda a água do capote, justificando-se com o tradicional “quem vier atrás que feche a porta”. Enfim, vivemos em constante desassossego, reclamando que isto não é vida, preferindo a cómoda inquietude à desinquietação da mudança. Seremos preguiçosos? Não, claro que não! Seremos desleixados? Nunca! Seremos vingativos? Se no passado ninguém nos acautelou o presente, porque é que no presente nos havemos de preocupar com o futuro? Se o futuro é dos nossos filhos e dos nossos netos, das nossas filhas e das nossas netas, então que sejam eles e elas a acautelarem-no...

Há muita gente para quem a interioridade foi – e é – uma bênção. Mesmo tendo pouco, sobra-lhes, e possuem ainda muitíssimo mais do que a maioria (planetária), que não tem nada. Estão saciados de realidade, que lhes basta, e o sonho assusta-os e assusta-as. Pois a mim, essa prisão – a fria e seca árvore do real, que até dava patacas antigamente –, não obstante seja dourada, não serve absolutamente para nada. Prefiro sentir-me disponível para ajudar a concretizar uma Europa que abrace todas as regiões e seja una na sua pluralidade. O aeroporto internacional de Beja seria mais um elo, o elo que falta nesse abraço, uma vez que os elos do norte (Porto) e do centro (Lisboa) já foram forjados, e são concretos. Principalmente, porque o maior sonho da humanidade, o de voar, foi realizado com sucesso há muito-muito tempo, e sem precisar das asas de Ícaro. Que caiu ao mar, mas se fosse hoje estava era sujeito a que o mar lhe caísse em cima...


JOAQUIM MARIA CASTANHO

11.10.2019

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA SOCIAL




UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA SOCIAL

Os quatro pilares de governação subscritos no Orçamento de Estado para o próximo ano, são a consolidação demográfica, a transição digital, as alterações climáticas e a coesão sócio-territorial,com principal ênfase no combate às desigualdades. As assimetrias regionais geram desigualdade que, consequentemente, se multiplica em inúmeras desigualdades pessoais, ambientais, culturais e estruturais. A almejada sociedade inclusiva fica, assim, cada vez mais longe, e urge inverter essa tendência. Como? Apostando no progresso e desenvolvimento económico-social de cada região, emancipando-a (gradualmente).

O interior do país, tantas vezes sacrificado aos interesses centrais, e que tem sido ao longo da História uma espécie de faixa de Gaza, ou tampão muralhado contra as invasões estrangeiras, sobretudo espanholas, foi sucessivamente afastado dos desígnios nacionais, nomeadamente o da partilha e produção de riqueza. Os PIB's regionais periféricos são baixíssimos se comparados com os da faixa litoral desde o Sado até ao Minho, pelo que não se pode falar em combater a desigualdade nem gerar coesão (social, territorial, económica,...,...) sem se apostar e investir no interior (fronteiriço) com o mesmo vigor e determinação com que Portugal o tem feito no litoral desde há séculos, e que culminou no consecutivo enriquecimento das duas áreas metropolitanas atuais (Lisboa e Porto).

O aeroporto de Beja é apenas o tiro de partida para essa corrida, uma pequenina mosca numa reparação continuamente adiada... Um passinho em frente para a justiça social (historicamente defraudada). Por que esperamos?


Joaquim Maria Castanho

11.09.2019

O OVO DE AVIOA





O OVO DE AVIOA

A obtusidade tem limites. Continuar a defender (insistentemente) que o novo aeroporto internacional português se deve localizar próximo de Lisboa, como são os casos de Alcochete e Montijo, com a agravante de ambos irem à revelia da lei, descurando a mais valia económica, estratégica e de combate às assimetrias regionais, em termos de desenvolvimento e coesão territorial que Beja proporciona, é um erro que nos poder sair bastante caro e em muito mais curto prazo do que aquele que é vaticinado pelos arautos e pitonisas do conservadorismo retrógrado português.

Beja é a única solução que respeita a lei, não onera os custos ambientais dum projeto desta envergadura, nem provoca danos colaterais evidentes para nenhum ecossistema ou habitat. Pelo contrário. Promove o desenvolvimento económico e demográfico de uma região que carece de recursos e em risco de desertificação, pugna pelo equilíbrio e coesão territorial, contraria a interioridade e estimula a formação e modernização da rede ferroviária portuguesa, rentabilizando-a e elegendo-a como meio eficaz para a descarbonização dos transportes em Portugal. Com uma linha de TGV interior, de alto a baixo, ia-se mais depressa de Beja a Bragança, do que se vai atualmente de Lisboa ao Porto...

O aeroporto de Beja é a única opção racional, sustentável, legal, positiva, e capaz de catapultar Portugal para a modernidade europeia. Vamos desperdiçar essa oportunidade e apenas para garantir que os especuladores imobiliários que compraram terrenos nas proximidades do Montijo, contando com ovo ainda no cu da galinha, não percam os lucros chorudos que ambicionaram, ou, por outro lado, vamos aproveitar a oportunidade para ingressarmos no pelotão da frente europeu? A resposta parece clara...

Joaquim Maria Castanho

11.07.2019

DA AUSÊNCIA E DA PRESENÇA





DA AUSÊNCIA E DA PRESENÇA

Tu estás, e a saudade morre.
É essa a virtude das (sãs) paixões
Com que o tempo lava e discorre
Sobre o maior sentir das tradições.
Nossa, enquanto portugueses
Mas também universal (às vezes)
Que o que é do humano coração
Pra todos tem igual condição.

Tu estás, a terra gira, gira
E eu rodopio com ela, feliz.
Qu'a saudade nunca se retira
Sem por nela a presença que se quis!

Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

E POR QUE NÃO?




E POR QUE NÃO?
Li Isaac Asimov de fio a pavio há mais de 25 anos, pelo que a transição digital (robotização, inteligência artificial e a internet das coisas) não é encarada por mim como um bicho de sete cabeças. É apenas o principal recurso do século XXI, em termos económicos, organizacionais, comunicativos e sociais. A arte e a filosofia não lhes podem ser alheios; a política tem com ela responsabilidades acrescidas; a eficiência energética e a elevada produtividade são suas sucessoras diretas. O bem-estar, o equilíbrio ecológico, a sustentabilidade, a biodiversidade e o combate às alterações climáticas são os seus principais argumentos. E, enfim, o progresso e o futuro da humanidade os seus desígnios fundamentais.

Porém, nem todos e todas têm sensibilidade para lhe reconhecerem a valia. Sobretudo porque se negam a cortar o cordão umbilical com a sociedade de produção/consumo em que nasceram e onde se formaram (cidadãos e cidadãs). Portanto é urgente que o debate da atualidade inclua na sua agenda a transição digital, bem como as maneiras como ela se vai revelando no dia a dia, alterando as profissões, os produtos, as relações interpessoais, sociais e laborais. E por que não?

Joaquim Maria Castanho

11.06.2019

SONHO EM FLOR




COM O SONHO À FLOR DAS PÁLBEBRAS

Teus olhos feiticeiros
Fugidios ind'agora
Atiram sempre certeiros
S'os meus querem demora.
Não com pedras nem com setas,
Nem promessas, nem pedidos,
Sim com certezas concretas
Com'as dos prados floridos
Prò sol inventar sementes
Pra cultivar os sentidos,
Tão presos e tão contentes
Que só nos dizem escondidos.
Que só nos cantam calados...
Se sonham que são sonhados!


Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

11.05.2019

A SILENTE TRANSPARÊNCIA





SILENTE TRANSPARÊNCIA


Há palavras líquidas em tua face
Minha lua, segredo incorrompido
És o instante enquanto nasce
Até a palavra dita ter nascido.
Ter troado e no clarão se trace
O céu e sonho, que jungido abrace
Tudo o que é são e esclarecido.
Tudo o que venceu e foi vencido.

Fosse lágrima, 'tava encantada.
Fosse orvalho, tinha cor de terra.
Porém se fosse na derme amada,
Dissess'o amor enquanto espera,
Seria luz que diz ao ficar calada...
Diria tudo o que a palavra encerra!

Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

11.04.2019

ELIXIR MNEMÓNICO


   



ELIXIR MNEMÓNICO

Eu guardei o teu sinal para mim...
Assim, ninguém sabe que é só meu.
Beijei-o com o olhar de querubim
Deitei-o entre os sonhos de Orpheu.
Aspergi-o com lavanda e jasmim.
Elegi-o como chave de Gineceu.
Dei-lhe o trono do eterno sem fim
(Seja n'Olimpo divino ou plebeu).

Então, acaso ocorra desventura
Ou enfrente ânsia desesperada,
Sei que algo belo e vida pura
Há a que recorrer nesta caminhada;
Espada pra combater a amargura
Elixir d'aurora na madrugada.
 
Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

11.02.2019

ADVERSIDADES, CONTRASTES E CONTRARIEDADES






ADVERSIDADES, CONTRASTES E CONTRARIEDADES

Sei que meu bem nem bem me quer...
Escond'os olhos pròs não ver;
Mas também sei qu'ela é mulher
De grande afeto e bem-querer.
E estes desencontros na vida
Que a gente não sabe vencer,
Somam mais lida, à lida
Plos cuidados que nos faz ter.

Preocupação maior não há
A quem por sentir não nega:
Às vezes, é porque não 'tá;
Outras, é porque 'tá “cega”.

Alma doi, coração arrepia
Por ver qu'o qu'era nunca foi,
Nem chegou a ser «Bom dia»!

Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade.

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português