MEU CÉU, É OUTRO CÉU, PORTANTO
Polvilham de estrelas teus gestos
Dizendo amainado, manso luar,
Como se entre escolhos e restos
Fossem mais doces que o sonhar;
E demais que agitados sejam
Encrespados pela expetativa,
Serão guardiães, que sãos protejam
A senda da vida com seiva viva.
Polvilham teus gestos meu canto
Teus olhos, palavras, meiga rima,
Que jamais o céu me dirá tanto
Se ver-te, é vê-lo, sem olhar pra cima…
Que o céu é um além que nos ‘tá dentro
Tão ideal, tão real, tão perfeito,
Que, caso o universo tenha centro,
Nasceu-lhe ele do Big-Bang do peito.
Meio assim, do puro sentimento
Com que este céu escreveu em mim,
Sempre e toda vida a espera sem fim
– O eclodir mágico num só momento!
Joaquim Maria Castanho