CHUVADA INTERIOR
Quando a poesia me acontece
Eu nunca saberei como, nem porquê,
Mas creio que ela só me aparece
Ao ler em teus olhos o que ninguém vê...
Eles dizem o esplendor do luar
Se acaso a lua brilhar tão cedo,
Que é uma adaga de prata a cortar
Silêncio ao luscofusco e ao medo.
Dizem por esse infinito profundo
Com que a alma se torna um poço sem fim
Donde a felicidade jorra prò mundo
Numa água que também me lava a mim!
Joaquim Maria Castanho