ÍNTIMO PREVENIR
Guardo os teus cabelos, teu olhar
Teu jeitinho mágico de ser e estar,
No mais íntimo, e secreto, de mim,
Pra recordar nos dias em que te não vir,
Onde, por sentir tantas saudades tuas,
Chego até a ter vontade de morrer
Só para me pararem de doer…
Guardo egoísta, em segredo, enfim
Teu rosto de flor, de pérola, de luas
Que escrevem a prata, a nácar e marfim
Hinos de sonho n’alma, pra não esquecer
Teus gestos, doce e sereno encanto,
Pròs dias em que te não vir, e queira morrer
Só para pararem de doer,
Parar esse doer que doi tanto
De que o pranto
É o único modo de o dizer.
Guardo cada segundo de ti em mim,
Como valesse mais que a vida toda,
Para quando te não vir, possa assim
Ter uma recordação, quase bênção,
Que me salve do naufrágio, alta tensão
Da ânsia que me põe a cabeça à roda.
Joaquim Maria Castanho