6.25.2015

DO JARDIM DE NOSSO CHÃO




DO JARDIM DE NOSSO CHÃO

No tempo em que "Era uma vez"
Ainda era todas as vezes das histórias,
Uma vez houve uma hortênsia
Que colheu uma rosa e a guardou
No cantinho mais quentinho de seu cálice,
Que, como todos sabemos, é o coração das flores,
Filhas de todos os continentes e todas as cores.

Pois então, esta flor que assim fez
Como se faz na vida uma só vez,
Guardou no seu secreto coração
Não quatro flores, duas ou três
Mas apenas uma – Vês?... – Como não?!!

Se estava descalça, ninguém sabe;
Ou se suspirou junto à fonte,
E lhe gemeu o âmago da semente, 
Ninguém ouviu. Nem tinha idade...
Mas que era flor que na raiz cabe
Doutra flor é bem verdade,
Tão verdade, que ninguém o desmente.

E como o fez? De que intento surgiu?
Quem reconheceu tal magia?
Quem aos anjos e a Deus pediu
Poder fazer o que essa flor fez um dia?...

Do que ao mundo foi notícia
E se viu na TV, e leu nos jornais,
É que além de sua vegetal condição
Houve também alentejanos jograis
Que colheram essa hortênsia
Para a plantar no seu árido chão
De onde não saiu jamais.

E aí, a flor que tinha na raiz,
Espécie invasora simples e bela
Floresceu tanto, que ainda hoje se diz
Ser aquele somente o jardim dela!


Joaquim Castanho

SAUDAÇÃO AMIGA




SAUDAÇÃO AMIGA

Tentei capturar o momento,
Torná-lo própria pele, só minha,
Mas fugaz, esvaiu-se no tempo
Deixando-me enredado em sua linha…

E o verbo com ele fluiu;
Resvalou conjugação insegura.
Que a palavra que a alma sentiu,
Nasceu simples – e vive pura.


Joaquim Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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