DEPOIS DA FALA
Ondula, baila, baloiça
Oscila um ósculo lunar
– Digo-o pra que ninguém oiça… –
Num brinco que me faz baloiçar.
Qu’isso que a fala aprende
Mal a língua nos pronuncia,
É um ósculo que nos defende
Das agruras do dia-a-dia
Mesmo que não seja tão real
Como o sonhámos tanta vez
É ideal que à vida prende
Quem oscila, balança, porfia;
Quem baloiça assim todo o mês
Entre o menos bem e o menos-mal.
Joaquim Maria Castanho