161.
A BREVIDADE NÃO SEPARA
Quem poderá aproximar-se de ti
Sem te amar é pecado enorme
Que o sonho nunca para nem dorme,
Faz o seu agora em qualquer aqui.
Tece enredos onde também teci
Arranja encontros que o conforme
E desce às sombras mais secretas;
Os teus olhos são mágicas setas
Que fitam na metamorfose a vida
Não quer saber s’é curta ou comprida
Abre sinais já por si abertos
Omite os longes e fá-los pertos
Mas tão perto e tão próximos assim
Tal e qual tu estás hoje em mim.
Joaquim Maria Castanho
Com foto de ELIE ANDRADE