ATO DE PREFERIR DE FATO
Hoje preferia minhas as tuas dores
Neste momento, incómodo, magoado
Preso à ansiedade das rubras cores
Com que o ocaso pinta o azul cerrado
No Éden das roseiras, mas sem flores
Espinhos só quase, lida, cuidado;
Dias que rasgam dias, frios e calores…
Ânimo por desânimos alquebrado.
E tê-las-ia mui reconhecido, grato
Alegre e em “feliz contentamento”,
Se assim te devolvesse bem de fato
O sorriso, âmbar, néctar, sustento
Com que alimento a alma apaixonada
Por uma estrela – misto de mulher e fada.
Joaquim Maria Castanho