SENTIR OU PENSAR NUNCA BASTAM...
Coisa afeta ao ser nos cremos,
Quando a noite nos consome
O que vemos, não é o que temos
Nem que sonhamos nos mata fome;
Qu’a realidade, sempre outra,
Exige constatação primeiro,
Pois o corpo não é montra
Para nenhum amor derradeiro.
De ti só sei o olhar. Ele me diz
Que não digo, raiz quadrada
Traçada a giz dessa diretriz
Que é a estrada que não sigo
Porque se temos voz, tino, fala
Sentido preciso ao querido,
Então, é fundamental usá-la
Prò afeto nos ser merecido.
Joaquim Maria Castanho