AMOR DE TIA
Há muito, há muito tempo
Coisa de século, talvez
Que o Monte cortou o vento
Pla magia que o destino fez
E faz brotar searas do chão
Inóspito, realidade tida
Para a república do ter pão
– Abrigo ante os ventos da vida.
E no destino congeminado
Em preces a Santa Filomena,
Eis que brota do Amor criado
Na devoção e vida amena
Produto de desejo e de fé,
A prole onde vingou serena
A minha tia MARIA JOSÉ.
A que no sábado passado
Semeia anos de século inteiro,
Ditando ao mundo o seu segredo
De longevidade e distinção:
Que é à família ver primeiro
Por maior que seja a multidão;
O rigor dos tempos, do degredo
Das exigências, ou precisão;
Da distância e descuidado
Ou detalhes de ganha-pão.
Que os amores se verdadeiros
– Tal não o desconhece ninguém… –
Não são só títulos de jornal,
Mas sim tantos anos inteiros
A ver os seus só com olhos de bem
– Nunca os ter visto com olhos de mal.
Joaquim Maria Castanho
Mia Teixeira
10.10.2023