10.26.2016

ALCANÇAR AS ESTRELAS




ALCANÇAR AS ESTRELAS 

Às portas do céu, a cavaleira
Celeste, tão celta como moura, 
Interrogou a luz vindoura
E, após curveta, foi certeira 
Flecha, raio divino, maneira 
Que Olimpo tem de falar às gentes
Humanas, soberanas, que do sonho
Guardam cetro, cálice e lanho
Entre auroras e ocasos fulgentes, 
Tendo-lhe respondido (sem voz): 
«És a glória sagrada que há em nós, 
Que nascemos da chama primordial
Múltiplas, aspersões sobre bem e mal.» 

Seus cabelos escorreitos e lisos
De seda quase chumbo nacarado
Em camadas descaídos, precisos
Oscilam plo voo ao azul estrelado, 
E aí brilham feéricos inocentes. 

Osculo-os de pronto, mentalmente 
– Fiel devoção às fadas supremas… –,
E tão inebriado e obediente 
O faço, que brotam flores serenas
A dançar a compasso, e balanço, 
Que também eu às estrelas alcanço! 

Joaquim Maria Castanho     

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português