10.06.2016

SEGREDO DE ALMA




SEGREDO DE ALMA


Queria fazer um poema
Que te merecesse… 
Que dissesse o teu rosto
– E teu rosto fosse. 
Que dissesse os teus olhos 
– E teus olhos fosse. 
Que dissesse as tuas faces
– E tuas faces fosse. 
Que dissesse teus lábios
– E teus lábios fosse. 
Que dissesse a tua fronte 
– E tua fronte fosse. 
Que dissesse teu cabelo
– E rabo-de-cavalo fosse.
Em que se ouvisse meu coração bater
E que não só de palavras fosse, 
Mas fosse o sangue a dizer.
– A correr ao leme do tema
Que nenhum poema
Consegue ser. 

Queria fazer um poema
Como se não fosse humano
– Que nascesse dos dias
E assim fosse todo o ano; 
Que não tivesse versos
Métrica, nem tons submersos,
Mas as texturas macias
Como só tua pele tem
Quando o vê-la vai além
Do sublime das poesias. 

Queria fazer um poema
Que me fosse alma pequena
Em sílabas que só tu lias. 

Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português