É
PRECISO DESOCULTAR OS CAMINHOS DO PROGRESSO
Em
Portugal, todas as capitais de distrito podem ficar ligadas por
transportes ferroviários. Mas não convinha que ficassem ligadas de
acordo com o traço estrutural que arruinou os caminhos de ferro
portugueses, uma vez que a rede ferroviária foi tecida de forma a
que, nosinho após nosinho,Lisboa ou o Porto se encontrassem sempre
no fim do caminho. Além do abraço aéreo europeu, com o
estabelecimento dos três aeroportos internacionais nacionais (BEJA,
Lisboa e Porto), poderia assim existir um outro abraço, mais terra a
terra, asseguradamente terreno, que unisse as nossas terras, através
da linha férrea, e que ligasse IGUALMENTE as capitais de distrito do
interior desde o Algarve até Trás os Montes, com passagem por Beja,
Évora, Portalegre, Castelo Branco, etc., etc., até Vigo, por
exemplo. E 15 anos era tempo mais que suficiente para o conseguir,
assim as formações políticas portuguesas e os sucessivos governos
o quisessem, e nisso se empenhassem.
Há
mais Portugal, onde também vivem portugueses e portuguesas, para
além de Lisboa, Porto, Coimbra e Aveiro, onde se produzem produtos
IGUALMENTE nacionais, se cultivam tradições milenares IGUALMENTE
lusitanas e europeias, se aposta no progresso IGUALMENTE europeu, e
que estão radicadas no Algarve ou Alentejo, ou Beiras, ou Trás os
Montes. Logo, que integram o património cultural, territorial e
ambiental mais antigo da civilização ocidental. E isso é um
caminho que consolida a nossa civilização, a transforma num
argumento de peso – e de sustentabilidade garantida – que não
pode ficar oculto, nem escondido de ninguém. Nem sequer da
globalização atual...
Joaquim
Maria Castanho