OLÁ, AMIGA!
Procuro-te como um cego
E não te encontro; todavia,
Só a mim mesmo eu renego
Ante a desfaçatez do dia.
Procuro-te, e à luz entrego
Toda a ânsia e melancolia,
Que nunca nego, colo e prego
Nas costas doídas da poesia.
Ela e tu são meu supremo bem;
Destrinça entre ambas não há.
A Ela motivas, mas és pra quem
A escrevo, ou sinto, ou digo.
Procuro-te. E onde quer que vá
Contigo vou e só por ti (sigo!)
Joaquim Maria Castanho