LETRA O
Ouço o teu rosto redondo, em osmose,
Como no sonho, e omisso me socorro
E me decoro, e oponho, ao sono, à pose
De oximoro, se afirmo e nego, se morro
E vivo, em contradição, apoteose
Que ocorre logo que oco recorro
A outro rosto, procuro hipótese
Provável de substituí-lo (de novo),
Génese e ovo dos modos que absorvo,
Louvo, somente saudoso dele, de ti…
Porque o amor, o universo, é isso
Só isso, o teu olhar, forma e esquisso
Que conforma rota ao meu, pondo-o aqui
A focá-lo, sem sufocar como te vi.
Joaquim Maria Castanho