Convite para partilhar caminhos de leitura e uma abertura para os mundos virtuais e virtuososos da escrita sem rede nem receios de censura. Ah, e não esquecer que os e-mails de serviço são osverdes.ptg@gmail.com ou castanhoster@gmail.com FORÇA!!! Digam de vossa justiça!
3.15.2007
“OS VERDES” APRESENTAM PROPOSTA PARA O GOVERNO TRAVAR A COMERCIALIZAÇÃO DO MILHO TRANSGÉNICO MON 863 – TESTADO COMO CAUSADOR DE ANOMALIAS
Tendo em conta o que a Plataforma Transgénicos Fora do Prato hoje amplamente divulgou, o Grupo Parlamentar “Os Verdes” produziu hoje uma intervenção no Plenário da Assembleia da República alertando os Deputados para as provas científicas de que o milho transgénico MON 863 provoca alterações de crescimento e graves perturbações na função hepática e renal dos animais de laboratório que consumiram esse milho.
A Deputada Heloísa Apolónia lembrou que a aprovação do milho MON 863 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, em 2005 para rações e, em 2006, para alimentação humana, sustentou-se na garantia da Monsanto (a multinacional que produz este milho) de que ele seria totalmente inócuo. A União Europeia, repare-se, não fez qualquer outro tipo de avaliação e suportou-se na garantia de inocuidade que a multinacional interessada na comercialização e consumo deste milho transgénico garantia.
Exigindo uma atitude responsável do Governo, a Deputada ecologista anunciou hoje que o Grupo Parlamentar “Os Verdes” vai apresentar um projecto de resolução no Parlamento que recomenda ao Governo sentido de responsabilidade, designadamente:
A) proibindo, desde já, a produção e comercialização de milho MON 863 em Portugal;
B) incluindo na presidência portuguesa da União Europeia uma proposta para alteração e credibilização do sistema de autorização de transgénicos.
Segundo “Os Verdes”, de uma vez por todas é preciso que o poder político deixe de estar ao serviço de interesses como os da Monsanto, da Pioneer ou da Syngenta e se ponha efectivamente a servir o interesse da sua população e da salvaguarda da saúde pública.
O Gabinete de Imprensa
(T:213 919 642; Tm: 917 462 769)
14 de Março de 2007
Tendo em conta o que a Plataforma Transgénicos Fora do Prato hoje amplamente divulgou, o Grupo Parlamentar “Os Verdes” produziu hoje uma intervenção no Plenário da Assembleia da República alertando os Deputados para as provas científicas de que o milho transgénico MON 863 provoca alterações de crescimento e graves perturbações na função hepática e renal dos animais de laboratório que consumiram esse milho.
A Deputada Heloísa Apolónia lembrou que a aprovação do milho MON 863 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, em 2005 para rações e, em 2006, para alimentação humana, sustentou-se na garantia da Monsanto (a multinacional que produz este milho) de que ele seria totalmente inócuo. A União Europeia, repare-se, não fez qualquer outro tipo de avaliação e suportou-se na garantia de inocuidade que a multinacional interessada na comercialização e consumo deste milho transgénico garantia.
Exigindo uma atitude responsável do Governo, a Deputada ecologista anunciou hoje que o Grupo Parlamentar “Os Verdes” vai apresentar um projecto de resolução no Parlamento que recomenda ao Governo sentido de responsabilidade, designadamente:
A) proibindo, desde já, a produção e comercialização de milho MON 863 em Portugal;
B) incluindo na presidência portuguesa da União Europeia uma proposta para alteração e credibilização do sistema de autorização de transgénicos.
Segundo “Os Verdes”, de uma vez por todas é preciso que o poder político deixe de estar ao serviço de interesses como os da Monsanto, da Pioneer ou da Syngenta e se ponha efectivamente a servir o interesse da sua população e da salvaguarda da saúde pública.
O Gabinete de Imprensa
(T:213 919 642; Tm: 917 462 769)
14 de Março de 2007
Crónica (In)divisa
Por Joaquim Castanho
osverdes.ptg@gmail.com
Pela boca morre o peixe...
Ao contrário de Sobral de Montagraço, Portalegre não tem um parque infantil: o que enuncia e explica muitíssimo bem o que os gestores da coisa pública portalegrense entendem por futuro, cidade, desenvolvimento e sustentabilidade. E de como qualquer que seja o PDM (Plano Director Municipal) que venha a ser aprovado, ele não é para durar mas para intervalar, espécie intercalar de retouça para esponsos e comensais da edilidade, entre o desactualizado e o previsível necessário, porquanto nunca contemplará o dia de amanhã nem os homens e mulheres que dele farão parte. Todavia, mais grave ainda, não só esses gestores como igualmente quem neles votou, e agora se vem queixar para que eu escreva isto & aquilo acerca das condições e qualidade de vida urbana, que acha que o jornalismo de opinião é o da joana e pode dar palpites a torto e direito sobre o que aí se debate, como no futebol em que cada um é, por inerência de bancada, também treinador, e por hábito, como sempre, depois das salganhadas estarem feitas se lembram de iluminadas soluções para inverter o rumo e diminuir as maléficas e malquistas consequências que eles próprios geraram, criaram, concluíram e valorizaram.
E o que entendem esses senhores e senhoras por censura? Acaso desconhecem que, para além da censura prévia salazarista agora existe uma outra, igualmente traumatizante e eficaz, que é a censura posterior, e que funciona com ameaças de "esperas", tipo máfia da chulice e da droga, retaliações quando se precisa de algo da funcionalidade pública, marcação cerrada dos donos do establishment e seus capangas, além da má cara dos fdp e pior língua dos "injuriados e interessados amigos – ou abanquetados e bacanos amigalhaços – do tachinho orçamental"? Ou será que temem aquilo que desejam me aconteça, e preferem resolver os seus problemas à custa dos outros? Não sabem o que são as cartas ao director? Então, se querem dar recados ao poder, façam-nas; não queiram que sejam os outros a pagar pelo erro que só vós tereis cometido quando votaram... Em democracia, certas coisas vêem-se, pensam-se e dizem-se é antes de votar; que as eleições, sobretudo, as autárquicas, não são nenhuns farrobodós de abanicar bandeirinhas, dar palmadas nas costas, brindar com é cá dos nossos, aldeia velha pròs vossos copos ou romarias a Santa Engrácia: são acto de emancipada e consciente responsabilização, de exercício de cidadania e aprovisionamento, ou acautelamento, do futuro. Se calhar pensam-se tão superiores por iletrados funcionais, que aqueles que sabem ler e escrever medianamente merecem tudo quanto eles mais rejeitam, temem e os avilta... é? Pois tenham a minha gratidão por isso, num manguito à Zé Povinho.
Todos já lemos, vimos, ouvimos, em filmes como em livros de narrativa, quer nacionais como oriundos de países exemplares e prósperos, a epígrafe ou prelúdio, cuja fórmula, mais coisa menos coisa, dita que "esta obra é pura ficção. Qualquer semelhança com situações ou pessoas da actualidade é, apenas, coincidência". E pensam que essa entrada é simplesmente marketing, não passa de charla para melhor impingir um produto cultural? Que é tão-só uma manifesta prova da falta de imaginação e inconsistência do conteúdo dessa obra? Que os autores são os bobos de uma corte em que quem compra, ou vende, se outorga rei e senhor? Que lá porque os cronistas, escritores, poetas, realizadores, dramaturgos, precisam de ganhar o sustento, o devem fazer arriscando mais a vida do que um tropa que integre os destacamentos militares portugueses da ONU, por esses kosovos fora?...
Que caia nas armadilhas quem as produz. Pois que se é verdade que pela boca morde o peixe, também não é mentira que quem o quer comer deve, e pode, molhar o... braço! O parasitarismo social tem limites e, se aqueles que o exercem ainda os não descobriram, então cabe aos explorados e oprimidos esclarecê-los acerca de onde estão e como são essas fronteiras, denunciando-os. Porque a força da razão não nasce da estupidez, ignorância, laxismo moral, peste emocional, como qualquer rosa do estrume, para deleite dos moscardos que nele habitam, visto que estes apenas se podem multiplicar por si mesmos, de cujo produto resultam indubitavelmente as sociedades fundamentalistas, mas antes a razão, além de não ser força nem precisar dela absolutamente para nada, se alicerça e rejuvenesce através do esclarecimento e do diálogo, o que significa na harmonia das simbioses e partilha comunitária, enfim, na contemplação da solidária igualdade. E há dúvidas nisso? Acredito e aceito; mas renego veemente os interesses que as sustentam!
Mistérios...!
Se toda a relatividade é relativa, então porque é que há um tipo de relatividade que revitaliza e outro que desvitaliza, posto que sendo igualmente relativa é manifestamente mortífera? Porque é que há pessoas que podem comprar o direito de viver com quinhentos euros e outras a obrigação de morrer por carecerem dessa mesma quantia? Já sabíamos que a Europa não é uma mas muitas europas, e de entre elas, esta é a portuguesa, o que relativamente a outras europas não faz dela grande coisa, considerando que na Europa muitos são europeus, outros apenas nacionais em seus países, e que dos europeus uns também são portugueses, embora nem todos os portugueses sejam igualmente europeus, da mesma forma que nem todos os portugueses, igualmente portugueses sejam. E que no país destes, se uns ministram e têm ministérios, outros, sendo ministros, apenas ministram mistérios!...
Digamos, portanto, que onde haja relatividade também se encontram diversas medidas que lhe são relativas, que umas a medem e outras a medeiam; mas que por tal, ou em sua consequência, isso não signifique que se prefira pagar o obrigatório para melhor faltar ao voluntário. Ou seja, que é muito estranho e misterioso, para lhe não chamar demais coisas que à cabeça de qualquer cidadão de bem podem afluir, como é que num país, ordeiro e civilizado, que é multado em milhões por «irresponsabilidade política», como ao caso é por não ter "transportado" uma directiva comunitária para a área dos transportes, por ter violado a directiva de produção de habitats e por ter uma produção excessiva de leite, não se despendam menos milhões em responsabilidade política e sócio-sanitária, na prevenção de doenças, nomeadamente na aplicação generalizada de uma vacina que se revelou altamente eficaz – quase 100% –, salvando com eles, os ditos euros que por sinal se manifestam na ordem dos milhões, vidas em lugar de os desperdiçar devido a declaradas incompetências, sendo o país multado a eito por manobras perigosas e falta de dedicação e jeito.
O cancro do colo do útero é uma doença que atinge inúmeras mulheres portuguesas, sobretudo as infectadas com o vírus do papiloma humano (HPV), responsável por mais de 90% dos casos verificados dessa neoplasia. Como cerca de 75% da população feminina durante o período de vida sexual activa contrai, contraiu ou contrairá este vírus, cuja evolução, desde que essas mulheres estejam infectadas nas estirpes graves (16, 18, 31 e 45) de HPV, redunda invariavelmente no câncer uterino, e face à eficácia comprovada desta vacina, que garante à população jovem prevenir-se quanto a tamanho e fatal flagelo, principalmente no nosso país, onde a taxa de mortalidade das mulheres atingidas com menos de 65 anos é das mais elevadas da Europa, superior a 350 óbitos anuais, não se compreende, a não ser que nos socorramos daquelas típicas razões que a razão desconhece, o bom senso evita e a maturidade combate, como é que a sua vacinação não está ainda incluída no plano nacional, tornando acessível a todas as crianças e jovens do sexo feminino aquilo que apenas raras, as nascidas em berço de ouro, beneficiam.
Das duas, uma: ou o plano nacional de vacinação não é plano e muito menos nacional, uma vez que coloca de fora dele, isto é, discrimina, todas as mulheres e raparigas, que antes de estarem expostas ao HPV, não disponham dos 481,35 euros para se ministrarem as três doses necessárias da Gardacil, sendo o custo de cada dose de 160,45 euros; ou, para usar uma fraseologia célebre a propósito de "opas" e valorização de acções, os Ministérios da Saúde e da Segurança Social prevêem a descoberta de jazidas de petróleo e diamantes debaixo das suas instalações e edifícios, que se possam explorar e rentabilizar num futuro próximo, a fim de suportar as despesas de tratamento e morte anunciada de uma larga fatia do sector populacional feminino.
Que é como quem diz, que é sempre bom saber que a presidência europeia do próximo semestre, vai ter o vinco, a marca, o estilo, a pegada portuguesa, o selo de qualidade deste Portugal querido e afamado pela sua diversidade étnica e cultural, porquanto nele há europeus, há portugueses, há assim-assins e outros nem isso. Posto que uns são cidadãos, aqueles patriotas, outros vivem em bairros mas estes num cortiço. Quiçá em algum recanto ou nicho, sofrendo, pagando que nem rendeiros e pessoas, mas com a dignidade e esperança de vida semelhantes à do bicho. Mistérios!...
Ou antes, quereis que diga ministérios, recolhendo o misterioso que possa haver nisso? Não sabeis... Nem eu; que deveras temo, não me sejam os mistérios, outros tantos ministérios, que me habitam o toutiço!
Por Joaquim Castanho
osverdes.ptg@gmail.com
Pela boca morre o peixe...
Ao contrário de Sobral de Montagraço, Portalegre não tem um parque infantil: o que enuncia e explica muitíssimo bem o que os gestores da coisa pública portalegrense entendem por futuro, cidade, desenvolvimento e sustentabilidade. E de como qualquer que seja o PDM (Plano Director Municipal) que venha a ser aprovado, ele não é para durar mas para intervalar, espécie intercalar de retouça para esponsos e comensais da edilidade, entre o desactualizado e o previsível necessário, porquanto nunca contemplará o dia de amanhã nem os homens e mulheres que dele farão parte. Todavia, mais grave ainda, não só esses gestores como igualmente quem neles votou, e agora se vem queixar para que eu escreva isto & aquilo acerca das condições e qualidade de vida urbana, que acha que o jornalismo de opinião é o da joana e pode dar palpites a torto e direito sobre o que aí se debate, como no futebol em que cada um é, por inerência de bancada, também treinador, e por hábito, como sempre, depois das salganhadas estarem feitas se lembram de iluminadas soluções para inverter o rumo e diminuir as maléficas e malquistas consequências que eles próprios geraram, criaram, concluíram e valorizaram.
E o que entendem esses senhores e senhoras por censura? Acaso desconhecem que, para além da censura prévia salazarista agora existe uma outra, igualmente traumatizante e eficaz, que é a censura posterior, e que funciona com ameaças de "esperas", tipo máfia da chulice e da droga, retaliações quando se precisa de algo da funcionalidade pública, marcação cerrada dos donos do establishment e seus capangas, além da má cara dos fdp e pior língua dos "injuriados e interessados amigos – ou abanquetados e bacanos amigalhaços – do tachinho orçamental"? Ou será que temem aquilo que desejam me aconteça, e preferem resolver os seus problemas à custa dos outros? Não sabem o que são as cartas ao director? Então, se querem dar recados ao poder, façam-nas; não queiram que sejam os outros a pagar pelo erro que só vós tereis cometido quando votaram... Em democracia, certas coisas vêem-se, pensam-se e dizem-se é antes de votar; que as eleições, sobretudo, as autárquicas, não são nenhuns farrobodós de abanicar bandeirinhas, dar palmadas nas costas, brindar com é cá dos nossos, aldeia velha pròs vossos copos ou romarias a Santa Engrácia: são acto de emancipada e consciente responsabilização, de exercício de cidadania e aprovisionamento, ou acautelamento, do futuro. Se calhar pensam-se tão superiores por iletrados funcionais, que aqueles que sabem ler e escrever medianamente merecem tudo quanto eles mais rejeitam, temem e os avilta... é? Pois tenham a minha gratidão por isso, num manguito à Zé Povinho.
Todos já lemos, vimos, ouvimos, em filmes como em livros de narrativa, quer nacionais como oriundos de países exemplares e prósperos, a epígrafe ou prelúdio, cuja fórmula, mais coisa menos coisa, dita que "esta obra é pura ficção. Qualquer semelhança com situações ou pessoas da actualidade é, apenas, coincidência". E pensam que essa entrada é simplesmente marketing, não passa de charla para melhor impingir um produto cultural? Que é tão-só uma manifesta prova da falta de imaginação e inconsistência do conteúdo dessa obra? Que os autores são os bobos de uma corte em que quem compra, ou vende, se outorga rei e senhor? Que lá porque os cronistas, escritores, poetas, realizadores, dramaturgos, precisam de ganhar o sustento, o devem fazer arriscando mais a vida do que um tropa que integre os destacamentos militares portugueses da ONU, por esses kosovos fora?...
Que caia nas armadilhas quem as produz. Pois que se é verdade que pela boca morde o peixe, também não é mentira que quem o quer comer deve, e pode, molhar o... braço! O parasitarismo social tem limites e, se aqueles que o exercem ainda os não descobriram, então cabe aos explorados e oprimidos esclarecê-los acerca de onde estão e como são essas fronteiras, denunciando-os. Porque a força da razão não nasce da estupidez, ignorância, laxismo moral, peste emocional, como qualquer rosa do estrume, para deleite dos moscardos que nele habitam, visto que estes apenas se podem multiplicar por si mesmos, de cujo produto resultam indubitavelmente as sociedades fundamentalistas, mas antes a razão, além de não ser força nem precisar dela absolutamente para nada, se alicerça e rejuvenesce através do esclarecimento e do diálogo, o que significa na harmonia das simbioses e partilha comunitária, enfim, na contemplação da solidária igualdade. E há dúvidas nisso? Acredito e aceito; mas renego veemente os interesses que as sustentam!
Mistérios...!
Se toda a relatividade é relativa, então porque é que há um tipo de relatividade que revitaliza e outro que desvitaliza, posto que sendo igualmente relativa é manifestamente mortífera? Porque é que há pessoas que podem comprar o direito de viver com quinhentos euros e outras a obrigação de morrer por carecerem dessa mesma quantia? Já sabíamos que a Europa não é uma mas muitas europas, e de entre elas, esta é a portuguesa, o que relativamente a outras europas não faz dela grande coisa, considerando que na Europa muitos são europeus, outros apenas nacionais em seus países, e que dos europeus uns também são portugueses, embora nem todos os portugueses sejam igualmente europeus, da mesma forma que nem todos os portugueses, igualmente portugueses sejam. E que no país destes, se uns ministram e têm ministérios, outros, sendo ministros, apenas ministram mistérios!...
Digamos, portanto, que onde haja relatividade também se encontram diversas medidas que lhe são relativas, que umas a medem e outras a medeiam; mas que por tal, ou em sua consequência, isso não signifique que se prefira pagar o obrigatório para melhor faltar ao voluntário. Ou seja, que é muito estranho e misterioso, para lhe não chamar demais coisas que à cabeça de qualquer cidadão de bem podem afluir, como é que num país, ordeiro e civilizado, que é multado em milhões por «irresponsabilidade política», como ao caso é por não ter "transportado" uma directiva comunitária para a área dos transportes, por ter violado a directiva de produção de habitats e por ter uma produção excessiva de leite, não se despendam menos milhões em responsabilidade política e sócio-sanitária, na prevenção de doenças, nomeadamente na aplicação generalizada de uma vacina que se revelou altamente eficaz – quase 100% –, salvando com eles, os ditos euros que por sinal se manifestam na ordem dos milhões, vidas em lugar de os desperdiçar devido a declaradas incompetências, sendo o país multado a eito por manobras perigosas e falta de dedicação e jeito.
O cancro do colo do útero é uma doença que atinge inúmeras mulheres portuguesas, sobretudo as infectadas com o vírus do papiloma humano (HPV), responsável por mais de 90% dos casos verificados dessa neoplasia. Como cerca de 75% da população feminina durante o período de vida sexual activa contrai, contraiu ou contrairá este vírus, cuja evolução, desde que essas mulheres estejam infectadas nas estirpes graves (16, 18, 31 e 45) de HPV, redunda invariavelmente no câncer uterino, e face à eficácia comprovada desta vacina, que garante à população jovem prevenir-se quanto a tamanho e fatal flagelo, principalmente no nosso país, onde a taxa de mortalidade das mulheres atingidas com menos de 65 anos é das mais elevadas da Europa, superior a 350 óbitos anuais, não se compreende, a não ser que nos socorramos daquelas típicas razões que a razão desconhece, o bom senso evita e a maturidade combate, como é que a sua vacinação não está ainda incluída no plano nacional, tornando acessível a todas as crianças e jovens do sexo feminino aquilo que apenas raras, as nascidas em berço de ouro, beneficiam.
Das duas, uma: ou o plano nacional de vacinação não é plano e muito menos nacional, uma vez que coloca de fora dele, isto é, discrimina, todas as mulheres e raparigas, que antes de estarem expostas ao HPV, não disponham dos 481,35 euros para se ministrarem as três doses necessárias da Gardacil, sendo o custo de cada dose de 160,45 euros; ou, para usar uma fraseologia célebre a propósito de "opas" e valorização de acções, os Ministérios da Saúde e da Segurança Social prevêem a descoberta de jazidas de petróleo e diamantes debaixo das suas instalações e edifícios, que se possam explorar e rentabilizar num futuro próximo, a fim de suportar as despesas de tratamento e morte anunciada de uma larga fatia do sector populacional feminino.
Que é como quem diz, que é sempre bom saber que a presidência europeia do próximo semestre, vai ter o vinco, a marca, o estilo, a pegada portuguesa, o selo de qualidade deste Portugal querido e afamado pela sua diversidade étnica e cultural, porquanto nele há europeus, há portugueses, há assim-assins e outros nem isso. Posto que uns são cidadãos, aqueles patriotas, outros vivem em bairros mas estes num cortiço. Quiçá em algum recanto ou nicho, sofrendo, pagando que nem rendeiros e pessoas, mas com a dignidade e esperança de vida semelhantes à do bicho. Mistérios!...
Ou antes, quereis que diga ministérios, recolhendo o misterioso que possa haver nisso? Não sabeis... Nem eu; que deveras temo, não me sejam os mistérios, outros tantos ministérios, que me habitam o toutiço!
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