9.24.2021

NA DEGUSTAÇÃO DAS SÍLABAS


 

NA DEGUSTAÇÃO DAS RIMAS



Pela crosta estaladiça dos dias

Em que pleno o palato se me dilui

Sôfrego colho eu duns olhos poesias

Onde, por serena, a beleza flui

Quase avelã madura, desmedida,

Inteira entrega de mim, total cerne,

Se nesse quase ponho toda a vida

Desde o mais íntimo à flor da derme.

Do miolo nuclear à textura pura

Aí, sólido imbricado o ser assenta,

Com que a tez empresta a sã frescura

Que atesta a formosura que aparenta…


E assim nascido dum quase perfeito

Mastigo rimas, degusto-as uma a uma,

Até que farta a alma m’enche o peito

Onde só as tuas cabem… Mais nenhuma!


Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português