1. as estações em volta
O TEMPO
Certamente, o tempo cria
Mas o tempo também mata
A hibernação, parêntisis de vida
Adia palavras soturnas
Absorve a desvontade de experiência
E em coração lento esvazia-se o espaço
Evita-se a permeabilidade evidente do corpo
E as violações atmosféricas.
Premei-se a preguiça
E o tempo esquece.
DE ESTAÇÕES
Numa primavera qualquer
Talvez na última
Fez-se alegria
Depois no verão
Que foi tumulto e ferocidade
Deu-se a revolução
Agora, outono da melancolia
E ansiedade
O inverno não tarda
E eu escondo-me
Entre comas e aspas
Evitando a decepção.
ACASO
É um acaso
A morte
A brisa, o gelo, a vida
O vento norte.
É um acaso
A solidão
A chuva, o rio, o amigo
A multidão.
É um acaso
O amor
O nevoeiro, a trovoada, o abraço
O grito de dor.
É um acaso
A sorte
A vida, a amizade, no regaço
da estação da morte.
CÁLICE DE PÉTALAS
No corpo da flor do jardim
Relembro a estação que a criou
Vejo no chão seco e gelado
O tempo que chega calado
E aguardo, ansiando, um lugar
Onde o inverno já passou.
NATURAL
É comum viver, pensar, agir e ser
Só a folha caída, perdida, inerte
Pisada
Se alheia do vento agreste que sopra do leste
E não luta.
É comum a batalha, a angústia, o vinho e a talha
Só a chuva cinzenta, fria, incerta
Gelada
Se alheia do tempo cruel no calendário de papel
E não escuta.
É como inventar, discutir, prever e falar
Da vida dos outros, desta e daquela
E pelo seu comportamento diferente, despreocupado
Indiferente e ocupado
A vida é apelidada de puta.
BANHO
Transporto no corpo
O sol que limpa e aquece
Nos cabelos
As folhas castanhas de um outono
E nas mãos em concha
Guardo a água fresca que no verão
Não esquece.
INEVITÁVEL
Posso mentir
Posso enganar, repelir e contornar
De palavras e de gestos
A próxima estação
Mas não posso evitar
O frio, o vento, o desaconchego
Com um simples
Não.
PEDAÇOS
De promessas de primavera
Decoro a casa e enfeito o cabelo
De minutos de verão
Visto o corpo e encho a algibeira
De paisagens de outono
Pinto as palavras e deslumbro os olhos
De frieza de inverno
Nego o espírito e rasgo o livro
Que não escrevi
Na preguiça dos serões
Sentada
Frente à lareira.
NEGO
Parece que esqueço
O sol, a cor, o tempo, o espaço e o torpor
De estações passadas
Com medo
Do frio, do cinzento, do vítreo e do incolor
Penso e estremeço
Porque é de prisão o jogo brumoso e baço
E escondo o corpo, o riso, o gesto e a palavra
Nego o deslumbramento de trocar o amor
E por detrás de uma porta
Envolvo o esquecimento
Com o meu próprio abraço.
INVERNO
Afinal é possível e esperado
O tempo frio, ventoso e esquecido
Inevitável a tempestade de inverno
Estação de receios e sofrimento
Causa de angústia e solidão
De poemas, palavras simples e rebeldes
De nostalgia e esquecimento.
Afinal é de beleza e de saudade
O tempo puro, lânguido e enternecido
Inevitável a liberdade de inverno
Estação de reencontros e sentimento
Permite a existência e inspiração
De música, melodias simples devaneios
De natureza
De contemplamento
De volúpia e de paixão.
2. companheiro de tropel
Por nada, olho parada
As crianças que se abrigam do mundo
A mão estendida não toca
E o vazio enche o eco de temores
Escondidos nas lágrimas de cristal.
Por entre as chamas de carne
Passeiam descalças comendo doces
Que fingem mães num abraço.
Acordo, em soluços e rumores
E sento-me nas conversas
De teor frívolo e imundo
Batendo as mãos em palmas, ouço vozes
Subindo no céu em espiral,
Procurando um tempo e um espaço
Onde poderão, um dia, sentir,
Viver e sorrir com calma.
Um lugar, onde as mãos unidas
Produzam poesia e paz
E as gargalhadas ecoem
Num grito único, universal.
Avó,
O tempo, porque passa?
O pêndulo do relógio de parede afrouxa
E enquanto avança o tempo por nada
O pêndulo pára.
Avó,
E agora?
Ficarei sempre com esta idade?
Enquanto a mãe, sem tempo, abraça
E de milagre, faz a vida parada
O filho, criança linda, cresce.
O olhar de ingénua luminosidade,
Perde, indiferente, a graça.
E o sonho de menino, desvanece.
Na vila o tempo é tudo
E o ninho, a pesca e o vento
Passam e reflectem um olhar sereno
De paz e ingenuidade.
Mas a vila é do mundo
E a vida embarga em processo lento
Tornando o sonho num lugar terreno
Invadido por laivos frios da cidade.
É ele,
Sorri de tudo e de nada,
Atira pedras às aves que passam,
Rouba vozes na praça,
Espreita as revistas nas montras
E fere com palavras a rapaziada.
Sabe as contas e as respostas,
Mas prefere escrita e leitura.
É esperto, vívido e rebelde
Mas sabe de amor e ternura,
Sabe o sim e o mistério,
Repele, mas também abraça,
Esconde o tempo em lugar secreto
Enfrenta a vida com desdém e raiva,
Mas anoitece no sonho, com brandura.
Perco o olhar nas sombras
De braços erguidos, nos sujos muros.
Nas legendas coçadas dos grafites anónimos,
Em ecos longínquos escuto
O rufar de vozes gritantes
Que profetizam ideais futuros.
O branco do horizonte desenha
O amanhã idêntico ao hoje,
E encosto o corpo dorido
Na grade escurecida da fonte
Perdendo, lentamente, a força
Que afasta o medo em direcções incertas
Ferindo de agulhas as palavras vazias
De gente que veste de poder os corpos.
E o nevoeiro amanhece o rosto cansado,
Baço de sonhos remotos
E preso na imobilidade de lutas tardias.
É de tudo o vazio, além.
Inspiro fragilidades
Que percorrem as veias
Enleadas de susto.
Expiro fragmentos
De palavras rochosas
Que ouço e imito de ver.
E as crateras alargam
Expelindo escuras e ardentes
Lavas de verdade.
Atiro as mãos, para lá das sombras
E seguro nos dedos
As noites que acabam
E os sonhos que se negam
A existir nas vidas sem liberdade.
Avó,
De tudo o que sabes,
O que mais gostas?
De mim, do mar ou do vento?
Do vento não pode ser
Porque é frio e leva o telheiro!
Do mar, talvez não,
Que devora o pescador!
E a mãe alimenta o filho sedento,
Que no lençol brando se deita
Feito de sonho verdadeiro,
De longos braços estendidos
Desvanecendo-se nela de amor.
Gosto do riso
E do lábio sujo de tinta.
Sento-me à tua frente e observo:
Como falas dos dias e do mal,
Das aventuras nos sonhos agitados
Que afastas de manhã com os doces
Porque os lençóis estavam molhados.
Leio nos teus olhos húmidos de cristal
As vontades incertas de amar
E os abraços que te foram negados.
Nos teus gestos, admiro a certeza
Da espera de um momento lento
Em que o sol desperte
E te aloire os cabelos despenteados,
Pela fresta que teimas em fechar.
No acaso dos dias cinzentos
Perguntas:
Avó,
Porque é a noite, escura?
Para as estrelas poderem brilhar?
Para que o sol possa dormir?
Para que eu não possa brincar?
Para que no meu sonho eu possa existir?
Ou, simplesmente,
Para que tu possas descansar?!
A noite é escura por tudo
E às vezes, também, por nada,
Chega muito devagarinho,
E, lentamente, escurece
Para que tu, a possas dormir.
Aparentemente o rebordo do tempo
Apresenta-se calmo
Nem nuvem, nem tempestade
Se alinham no horizonte.
Apenas a brisa leve do poente
Se empolga nos sorrisos treinados
Que desejam embarcar ao largo
Pulsando nas veias o desconhecido.
É a vida
Relatas tu nos textos escritos ao acaso,
Onde perdes a inocência e a virgindade,
Imaginando factos inacessíveis
Que escondes no sonho apertado
Num colete de forças que manténs intacto
E onde ninguém poderá invadir
Os segredos que aparentemente
Toda a gente sabe.
Sais de ti para o luar da noite
E foges nas estrelas interditas
Rastejando em vontades e mitos
Soletrando orações confundidas
De olhar fixo no ponto distante
Que veneras e no qual, ainda, acreditas.
Não desejaria, nunca, perturbar o teu espaço,
Apenas enveredar nas coordenadas
Que já imaginaste
E presenciar as cores da vida
Que enredaste no teu abraço.
É leve o sonho que desenhaste
E sublime a força da partida
Que no rascunho corta as barreiras imaginadas.
A tua casa é o teu preço caro
E o sol que se põe, o berço preciso
Para as viagens que tentas comprar
Sem nexo, sem fim real.
Mas a máscara que alugas, é sensível
E eu posso, de longe, mirar
Todos os gestos que imitas do mundo
E ver-te, fingindo, a sangrar
A vida que te é, quase, possível.
Sobranceiro ao gesto
O espaço.
De olhar fixo, no chão.
Avó,
Porque ecoa o grito que abafo?
Não ouves, no escuro, o silêncio?
Sou eu, avó, que volteio a razão.
Não sou capaz e basta.
Sinto falta do mundo
Que ensinaste,
E eu num canto cismava
Segurando na idade, o serão,
De noites, frias, ao relento,
Pulando os muros e mirando as vidraças
De luz e família, pintadas
Onde tu não estavas e eu faltava.
Escorregas devagarinho
Nos lençóis brancos de bruma
E no limiar do fresco cacimbo,
Cruzas os braços à volta do luar.
Não gostas da rua e do vazio
E retornas ao amniótico prazer
De pernas dobradas e as mãos no ventre
Viajando no tempo de ócio,
De nesgas que permitam amar
Pensas as vozes do corpo
E preferes, de soslaio
Aquele tempo que foi de nascer.
Podias ter dito, apenas,
Avó
Que grande foi o erro de nascer,
E não deixares o tempo gastar
Uma infância longínqua que
Fica para trás a esquecer
O encanto, o choro e o riso
De gestos que se sumiram num abraço
À volta do mundo por descobrir.
E agora o desencanto e a desilusão
Invadem o sonho que gela e embaraça
E suja os lençóis que mudas de angústia
Num silêncio de amor
Que ainda tentas descobrir
E me deixa esquecido num canto
Silenciando o costume
De um usual e teimoso, NÃO.
É um ano incendiário e guerreiro,
Avó.
Regastes as plantas?
O cão já comeu?
Que fazes debaixo desse vulto de silêncio?
A vida passa!
Não durmas ainda,
Conta aquela história que fala de nós.
No dia em que nos perdemos
No mato e gritámos, apenas,
Para não nos sentirmos sós.
Quero ouvir o teu modo de amar,
E crescer tranquilo.
Deixa-me afagar o teu colo,
E por entre as portas abertas
Ouvir o riso e mirar a voz
Que me fez gente, por entre os outros
Sem precisar de saber que
Para ser adulto é necessário ser duro
E ir à escola aprender
A desenlear a vida
E a soltá-la dos nós.
Convite para partilhar caminhos de leitura e uma abertura para os mundos virtuais e virtuososos da escrita sem rede nem receios de censura. Ah, e não esquecer que os e-mails de serviço são osverdes.ptg@gmail.com ou castanhoster@gmail.com FORÇA!!! Digam de vossa justiça!
8.16.2004
Subscrever:
Mensagens (Atom)
La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Onde a liquidez da água livre
Arquivo do blogue
- ► 2019 (152)
- ► 2017 (160)
Links
- A Aliança
- A Cidade e as serras
- A Dobra do Grito
- A Espuma dos Dias
- A Sul
- A Vida Não É Um Sonho
- AMI
- Abrupto
- Ad-Extra
- Aldeia T
- Alentejanos de Todo o Mundo Uni-vos
- Alexandria à Gomes de cá
- Algarve Renovável
- Alguém Me Ouve
- Almocreve das Petas
- AmBio
- Amazónia
- Amigos do Botânico
- An Ordinary Girl
- Ante-Cinema
- Ao Sabor do Toque
- Astronomia 2009
- Aves de Portugal
- Azinheira Gate
- BEDE
- BIBLIOTECÁRIO DE BABEL
- Barros Bar
- Bea
- Bede
- Biblio
- BiblioWiki
- Bibliofeira
- Bibliofeira
- Biblioteca António Botto
- Biblioteca Digital
- Biblioteca Nacional
- Biblioteca Nacional Digital
- Biblioteca Nómada
- Biblioteca do IC
- Bibliotecas Portuguesas
- Bibliotecas Públicas Espanholas
- Bibliotecas-
- Bibliotecário de Babel
- Bibliotecários Sem Fronteiras
- Biodiversidade
- Biosfera
- Blog dos Profs
- Blogs em Bibliotecas
- Blogue de Letras
- Boneca de Porcelana
- Burricadas
- CEAI
- CFMC
- CIBERESCRITAS
- Cachimbo de Magritte
- Caderno de Paris
- Campo de Ideias
- Canil do daniel
- Cantinho das Aromáticas
- Canto do Leitor
- Capas
- Casa da Leitura
- Centenário da República
- Centro Nacional de Cultura
- Centro de Estudos Socialistas
- Cercal da Eira
- Ciberdúvidas
- Circos
- Citador
- Ciência Viva
- Clima 2008
- Clube de Jornalistas
- Coisas Simples e Pequenas
- Coisas da Cristina
- Coisitas do Vitorino
- Comer Peixe
- Cometas e estrelas
- Comissão Europeia Portuguesa
- Companha
- Conjugador de Verbos
- Crescer Com Saúde
- Crítica Literária
- Crónicas do Planalto
- Câmara Clara
- DAR
- Da Literatura
- Da Poesia
- Deixa Arder
- Depois do Desenvolvimento
- Devaneios
- Diagonal do Olhar
- Dias com Árvores
- Dicionário de termos Literários
- Diário da República
- Doce Mistério
- Dona Gata
- Dreams
- Ecologia Urbana
- Ecosfera
- Edit On Web
- Educação Ambiental na Net
- Ellenismos
- Ensayo Pessoa
- Escola Pública
- Escolhas de Sofia
- Escribalistas
- Espiritismo
- Estação Liberdade
- Estudio Raposa
- Eurocid
- Evolução da Espécie
- Extratexto
- Farol de Ideias
- Fauna do Cerrado
- Ferrus
- Ficção
- Floresta do Interior
- Folhas de Poesia
- Fongsoi
- Fonte de Letras
- Fotos da Natureza
- Fotos do Nick Brandt
- Fratal 67
- Frenesi
- Fundo Português do Carbono
- GOSGO
- Google News
- Governo
- Gulbenkian
- HSI
- Habitat Ecológico
- História universal
- IDP Democracia Portuguesa
- Ideotário
- Impressões Literárias
- Incrivelmente Perto
- Infografando
- Instituto Camões
- Jacques Brel
- Jornal das Freguesias
- José Saramago
- Justiça e Cidadania
- Justiça e Democracia
- Kampus de Ideias
- LER
- Leite de Pato
- Leitora Crítica
- Leoa Verde
- Linha de Pesca
- Literatura e-
- Livre Expressão
- Livros e Críticas
- Lumiarte
- Lusa
- Lusitânica
- Luso Borboletas
- Madeja de Palabras
- Malaposta
- Maldita Honey
- Manuela
- Maria Clara
- Missixty
- Movimento Perpétuo
- Movimento Rio Tinto
- Mundo Ecológico
- Mundo de Pessoa
- Mundo dos Golfinhos
- Mutações
- NICK BRANDT
- Nada Niente
- National Geographic
- Natura
- Nick Brandt
- Nobel Prize
- Notas e Apostillas
- Notícias de Castelo de Vide
- Nova Economia
- Nova Floresta
- O Bocas
- O Boomerang
- O Coiso
- O Currupião
- O Escribalista
- O Fingidor
- O Indigente
- O Janesista
- O Parcial
- O Silêncio dos Livros
- OIT
- OREE
- Objectiva Campo Maior
- Oficina de Poesia
- Olho Neles
- Omj
- Ondas 3
- Opinião Socialista
- Os Ribeirinhos
- Os Verdes
- Othersky
- POUS
- POUS Portalegre
- Palavra Criativa
- Pandora e Adrian
- Parlamento
- Parlamento Global
- Partido Pelos Animais
- Pedro Marques
- Per-Tempus
- Photo-a-Trois
- Photos e Scriptos
- Pimenta Negra
- Planeta Azul
- Planeta Azul
- Plano Nacional de Leitura
- Podolatria
- Poemas Diários
- Poesia Ilimitada
- Poesia Saiu à Rua
- Poesia de Gabriela Mistral
- Poesias e Prosas
- Ponto
- Ponto Cinza
- Por Mão Própria
- Por Um Mundo Melhor
- Porbase
- Porosidade Etérea
- Portal da Literatura
- Portal da Língua
- Portalegre On Line
- Português Exacto
- Presidência da República
- Projecto Gutenberg
- Projector do Sótão
- Putas Resolutas
- Pés de Gata
- Qualidade do Ar
- Queridas Bibliotecas
- Quintas Com Livros
- RELEITURAS
- Raquel
- Raízes
- Receitas da Lígia
- Reconstruir a Esperança
- Rede Cultural
- Releituras
- República Laica
- Reservas Naturais
- Retalhos de Leitura
- Revista Diplomática
- Revista Portuguesa
- Rio das Maçãs
- Robot Intergaláctico
- Rouge de Garance
- Rua Nove
- SEVE
- SOS Praia Azul
- SOS Vida
- Sais de Prata
- Sara
- Sara P
- Saumon
- Schmoo-Schmoo
- Schopenhauer
- Selvagens
- Seve
- Sinusite Crónica
- Sob Pressão Não Consigo
- Sociedade Civil
- Sombra Verde
- SonoPoesia
- Stand-Up
- Tempo das Cerejas
- Terra de Encanto
- Todas as Letras
- Tu Indecisa
- UALG
- UNESCO
- Umbigo
- Ursula
- Usina de Letras
- Utopia
- Verduras Factuais
- Verão Verde
- Viagens no Meu Sofá
- Viajarte
- Vida Involuntária
- Vida das Coisas
- Viver Literatura
- Walkyria
- Wild Wonders
- Wildlife
- Y2Y
- Zeariel
- e-cultura
- kARINA
- À Margem
- Árvores do Norte
Acerca de mim
- Joaquim Maria Castanho
- Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português