TODO O POETA
É
UM HUMILDE
PINTOR
Há sempre poemas escritos
Entre cada folha que cai.
Atiro os olhos ao chão e leio-os
Ante o assombro do vento
Que lhe segura a luz até ao fim
De encontro ao caule e veios
Peito aberto, ramos a oscilar.
Sei cad’uma de suas cores de cor
Mas não me atrevo a pintá-lo,
Que se o outono está usá-lo
É por pensar num poeta maior…
Joaquim Maria Castanho