157.
SONHO TÁCTIL
Quando passas a conduzir
E, parece, nem sequer me ver,
Vejo minha esperança a ruir
Sinto o meu coração a doer
No seu inesperado sentir
– Quase abalo ou sismo ser… –
Onde o chão, a terra a fugir,
Tem sulcos d’algodão a escorrer
Tem versos de paixão a contrair
Plo bailado do teu cabelo
(Dlim-dlão, dlão-dlim), qual pêndulo
Do compasso a marcar-me assim
Num fogo tal, e só por vê-lo,
Que sonho por tocá-lo, enfim!
Joaquim Maria Castanho
in REDESENHAR A VOZ