DISCURSO
DO TRIGUEIRO AO SEU BANDO
Tinha
uma família que o amava
E
todas as primaveras cumpriu missão
Que
o destino, ou a vida lhe destinava:
Fazer
ninho, alimentar filhos... – Mas em vão.
Aquele
que morreu, era vosso irmão.
Não
foi pra alimentar nenhuma cobra,
Não
foi para alimentar nenhum gato.
Morreu
sem um porque sim ou porque não,
Num
desperdício de vida e de razão.
Aquele
que morreu, era vosso irmão...
– Em
nenhum planeta há vida de sobra.
Os seus assassinos
ficarão salvos
Mas
nós continuaremos a ser seus alvos...
– Em
nenhum planeta há vida de sobra –
Aquele
que morreu, era vosso irmão!