O
OVO DE AVIOA
A
obtusidade tem limites. Continuar a defender (insistentemente) que o
novo aeroporto internacional português se deve localizar próximo de
Lisboa, como são os casos de Alcochete e Montijo, com a agravante de
ambos irem à revelia da lei, descurando a mais valia económica,
estratégica e de combate às assimetrias regionais, em termos de
desenvolvimento e coesão territorial que Beja proporciona, é um
erro que nos poder sair bastante caro e em muito mais curto prazo do
que aquele que é vaticinado pelos arautos e pitonisas do
conservadorismo retrógrado português.
Beja
é a única solução que respeita a lei, não onera os custos
ambientais dum projeto desta envergadura, nem provoca danos
colaterais evidentes para nenhum ecossistema ou habitat. Pelo
contrário. Promove o desenvolvimento económico e demográfico de
uma região que carece de recursos e em risco de desertificação,
pugna pelo equilíbrio e coesão territorial, contraria a
interioridade e estimula a formação e modernização da rede
ferroviária portuguesa, rentabilizando-a e elegendo-a como meio
eficaz para a descarbonização dos transportes em Portugal. Com uma
linha de TGV interior, de alto a baixo, ia-se mais depressa de Beja a
Bragança, do que se vai atualmente de Lisboa ao Porto...
O
aeroporto de Beja é a única opção racional, sustentável, legal,
positiva, e capaz de catapultar Portugal para a modernidade europeia.
Vamos desperdiçar essa oportunidade e apenas para garantir que os
especuladores imobiliários que compraram terrenos nas proximidades
do Montijo, contando com ovo ainda no cu da galinha, não percam os
lucros chorudos que ambicionaram, ou, por outro lado, vamos
aproveitar a oportunidade para ingressarmos no pelotão da frente
europeu? A resposta parece clara...
Joaquim
Maria Castanho