A apresentação pública do livro A SACERDOTISA DAS ÁGUAS, terá lugar na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Portalegre, quinta-feira, dia 23 de Setembro, Lua Cheia, pelas 21 horas, com a presença da autora, Placídia Amaral, e Joaquim Castanho.

A Roda do Ano Gira e Chega a Recompensa
"Chamo pela Dama abençoada, rainha da colheita,
dadora da vida e da abundância desde antes de o tempo
começar. Concedei-me a vossa alegria e beleza,
poder e prosperidade, peço-vos."
– Do ritual de celebração do Equinócio de Outono,
a 21 de Setembro.

Talvez que a única coisa que perdure para lá da leitura global das obras seja tão-só o detalhe, o pormenor relevante, aquele peculiar sentimento reservado de quem se achou a fazer a coisa exacta no momento preciso e pouco mais se exigiu, ou permitiu, fazer, uma vez que assim alegremente atingiu o delével êxtase de quem se realizou numa tarefa para a qual estava talhado de há muito. Ler é ver, e ver é interpretar, porquanto é disso que eclode a análise, o veículo de excelência para a comunhão e empatia entre quem se encontra nas margens opostas da comunicação: o codificador e o receptor, o emissor e o descodificador, se para tanto quisermos gizar o X da questão.


"Sempre a vida cumpriu o seu ciclo e levou de novo à vida
na eterna cadeia da vida. Em honra das Antigas Deusas,
testemunho a contemplação da minha vida
e a colheita das lições deste ano." – Idem

E fá-lo poeticamente, relatando a vida de uma mulher, órfã de mãe desde os três anos, que começou a sua instrução de aprendiz de sacerdotisa aos seis, de druidesa aos treze, para sete anos depois se tornar madrasta de sua sobrinha Aurora e rainha-sacerdotisa, culminando no final da vida como Grã-Sacerdotisa no Templo da Ilha, gémea da mítica Albalon, situada nos recessos das terras lusitanas, que todos reconhecemos existir, mas curiosamente ninguém cartografa a localização exacta, porque quem sabe o caminho guarda segredo de qual é ele, e aqueles que não o sabem nem percorreram, o vão inventado e imaginando, dizendo ser ele em qualquer parte, quiçá distraídos, mas tão distraídos, que não se dão conta que "há momentos na vida em que o silêncio são doces palavras que ecoam no coração" (p. 286), sem se atropelarem na pronúncia.

"Às boas estações que se foram e às boas estações que estão para vir.
Abençoadas sejam.
À deusa! Que inspire e renove seu meneio de fábula que envolve e revele o encantamento mundo.
Abençoada seja.
À Deusa! Que traga paz e realização a todos os seus filhos.
Abençoada seja.
À Deus! Que proteja os seus seguidores e me traga prosperidade e felicidade. Que alegres se encontrem, alegres se separem e alegres se reencontrem de novo!
Abençoados sejam."
– Idem