A poesia é a arte das artes.
PORQUÊ?
Porque com todas elas, ela convive, sem nenhuma ofuscar, mas antes completando, e acrescentando valor, como sucede com a música, com a pintura, com o teatro, com o romance, com o cinema, com a fotografia, com a escultura, com a arquitetura, com a paisagística, com a pedagogia, com a didática, com o desporto, com a gastronomia, com a decoração urbana, com a decoração doméstica, com a filosofia, com as ciências, com as ideologias, com a política, com a história, com o moderno, com o antigo, com o exotismo, com o esoterismo, com a cibernética e com a semiótica. Com o design e com TV.
Quando Bob Dylan, num passado ainda recente, foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura, enquanto poeta, estendeu esse prémio a outra arte: à música.
Quando foi atribuído, a Gabriela Mistral, nos meados do século passado, o Prémio Nobel da literatura, ela estendeu-o ao magistério primário, à pedagogia e à didática.
Quando no quotidiano, no dia a dia, em qualquer esquina, em qualquer café, em qualquer praia, em qualquer rochedo, em qualquer floresta, em qualquer fábrica, em qualquer repartição, em qualquer meridiano, nos acontece a poesia, ELA decora-os, embeleza-os, e dá-lhes sentidos e significados que, até aí, nunca tiveram ou lhes foram reconhecidos.
A POESIA É DESVIO. Sem ELA, tudo é rotina. Tudo é tédio. Tudo é compulsão. Tudo é monotonia. E tudo é lassidão.
Na economia, no jornalismo, na rádio, na televisão, marca presença, ilustra, dignifica, ou serve de argumento às matérias da comunicação social. Os jornais de referência repetem-na em títulos e a publicidade em slogans.
A poesia motiva, mostra, festeja, celebra, enaltece, conta, regista, fixa, o que a humanidade tem de heroico (ÉPICA), de existencial (DRAMÁTICA), de sentimental, emocional, afetivo e psicológico (LÍRICA), em cada uma das suas eras, de suas aspirações, de suas crises e de seus sucessos. Torna presente o que foi passado; “realiza” o que será futuro.
É imprescindível nas comemorações, atos solenes e passos em frente, de quase todas as culturas da atualidade. Os hinos de todos os países, compõem-se de poemas mais ou menos musicados, dando relevo ao que há de mais profundo em suas almas, seus inconscientes e conscientes coletivos.
Seja o que for que a humanidade fez ou possa vir a fazer, foi antevisto pela poesia, e diversos poetas ou diversas poetisas passaram por lá anteriormente, e interiormente.
A poesia integral, a prosa versificada e a prosa poética, divergem formalmente, mas estão unidas, e imbuídas, do mesmo sentido gregário, artístico, poético, ético, estético, literário, linguístico, pedagógico, filosófico e socializador, reunindo os seus cultores, fazedores e apologistas, numa mesma, grande e universal família – a nossa, a da POESIA. Umas vezes, cada qual trabalhando em separado e avulso; outras, em equipa, criando, divulgando, promovendo, usufruindo, trazendo a arte das artes para a praça pública, para o dia a dia. Para a publicação, para o entretenimento, para o espelhar da alma e das almas, para o livro… Como neste caso.
O livro qu’aqui ‘tá – obra com muita gente,
É um verso plural, poema coletivo.
Reúne de cada qual o ser diferente;
Dá a todos e todas, um sentir positivo.
Joaquim Maria Castanho