LUMINOSO DILUIR
Naquela bifurcação
Com que o corpo toca o chão
Deponho meu beijo de veludo
Imaculado, e o mundo fica mudo
Esquecendo da rosa o pranto
Ante o júbilo divinal
De teu sorriso, de teu manto
Sobre o diáfano ideal.
É sempre ele quem me guia
Entre as estrelas e cometas
Pelas filigranas do dia,
Perpendiculares como setas
De um Cupido irrequieto
Se nos ocasos de magia
Eu te puxo pra mais perto…
E nesse efeito tão manso
Que na semente só a luz tem,
Penetro a imensidão e avanço
Bit a bit, traço a traço,
Com o que sou, penso e faço
Como se fosse ninguém.
Joaquim Maria Castanho