9.28.2021

TODOS OS TEMPOS NUM SÓ

 

NUM SÓ, TODOS OS TEMPOS



Há gestos preciosos, lestos, precisos

Imediatos à voz, cuja doçura

Espelha a brancura dos narcisos;

Os sonhos das açucenas, dos jasmins

Cativados pela serena brandura

Com que os meios se transformam em fins.

Que nos agarram por dentro e por fora.

Que nos espanejam a alma alcantilada

Nos promontórios com que o ser se escora

Pra imaginar-te do outro lado da estrada.


E quando a sorte se aproxima

Quase um precipício prà sina,

Eis que estranho braço a empurra

A vertigem do grito a fustiga

E banindo-a a zurze e a surra

Até lhe extorquir toda a fadiga…


Então ante ti, meu olhar fica nu.

Tudo quanto ele omitiu, eu omiti.

E se alguém mais viu, eu também não vi

Que, de repente, no meu presente

Somente uma pessoa existiu… – Tu!


Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português