UMA
QUESTÃO DE JUSTIÇA SOCIAL
Os
quatro pilares de governação subscritos no Orçamento de Estado
para o próximo ano, são a consolidação demográfica, a transição
digital, as alterações climáticas e a coesão
sócio-territorial,com principal ênfase no combate às
desigualdades. As assimetrias regionais geram desigualdade que,
consequentemente, se multiplica em inúmeras desigualdades pessoais,
ambientais, culturais e estruturais. A almejada sociedade inclusiva
fica, assim, cada vez mais longe, e urge inverter essa tendência.
Como? Apostando no progresso e desenvolvimento económico-social de
cada região, emancipando-a (gradualmente).
O
interior do país, tantas vezes sacrificado aos interesses centrais,
e que tem sido ao longo da História uma espécie de faixa de Gaza,
ou tampão muralhado contra as invasões estrangeiras, sobretudo
espanholas, foi sucessivamente afastado dos desígnios nacionais,
nomeadamente o da partilha e produção de riqueza. Os PIB's
regionais periféricos são baixíssimos se comparados com os da
faixa litoral desde o Sado até ao Minho, pelo que não se pode falar
em combater a desigualdade nem gerar coesão (social, territorial,
económica,...,...) sem se apostar e investir no interior
(fronteiriço) com o mesmo vigor e determinação com que Portugal o
tem feito no litoral desde há séculos, e que culminou no
consecutivo enriquecimento das duas áreas metropolitanas atuais
(Lisboa e Porto).
O
aeroporto de Beja é apenas o tiro de partida para essa corrida, uma
pequenina mosca numa reparação continuamente adiada... Um passinho
em frente para a justiça social (historicamente defraudada). Por que
esperamos?
Joaquim
Maria Castanho
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