Convite para partilhar caminhos de leitura e uma abertura para os mundos virtuais e virtuososos da escrita sem rede nem receios de censura. Ah, e não esquecer que os e-mails de serviço são osverdes.ptg@gmail.com ou castanhoster@gmail.com FORÇA!!! Digam de vossa justiça!
8.27.2014
AJEITAR O BANCO SEM MEXER O TRASEIRO
No dia em que o BES desceu à terra, Bento criou um banco
novo – esse São! –, como prova inequívoca da separação entre o poder político e
o poder financeiro (lusitanos). Coisa notável e inaudita, não haja a mínima dúvida,
se dirá, pelos cochichos das frondosas ramadas, cuja grandeza só é comparável
aqueloutro em que o pleito académico portuga descobriu a pólvora prò fósforo,
mas dando-lhe um novo nome, tão novo, tão novo, mas tão novo, que até lhe
chamou empreendedorismo.
(E é exatamente por isso que é milagroso e extraordinário
viver-se num país assim... A gente voga, saltita, de inovação em inovação, de
descoberta em descoberta, quais libelinhas de nenúfar em nenúfar, mas sempre
dentro do mesmo pântano [político] desde 1385...)
Não raros recordarão esse dia, quiçá saudosos e sonhadores
como as leitoras e damas de Dinis ou Camilo, em que as suas empresas ainda
tinham trabalhadores, trabalhadores que evoluíram e viraram empregados, e
empregados que cresceram e se tornaram colaboradores, mas que não se deixaram
adormecer no estatuto e se libertaram do jugo assalariado, via declaração de
despedimento sem justa causa, para integrar a causa superlativa dos
desempregados com subsídio, como se fazia no bom velho tempo das unanimidades
corporativistas e dos trabalhos sazonais, em que essa casa nacionalizada ia
benzendo aqui e ali os créditos ao PIB.
E o que comprova, mais uma vez, que banco novo assente em
pântano antigo, quando mais engorda mais se enterra, arrastando-nos consigo,
principalmente porque não é lá por avó ser nova que lhe podemos chamar
neta.
J M C
8.25.2014
À
MODA DO NÃO
Os portugueses
podem estar descansados, pois têm uma classe política, trabalhadora e abnegada,
que vela por eles. E vela tão bem, com tanto tino, zelo e empenho; tanta garra,
valentia e veneta, que mesmo de férias a sua arremetida agendou mais TRÊS
reuniões parlamentares extraordinárias TRÊS, a fim de aprovar os cortes
salariais da função pública e o Orçamento Retificativo. Sessões essas, diga-se
em abono da verdade, que aliviarão os cofres da nação em quase 100 mil euros,
dos quais 50 mil irão diretamente para os seus bolsos, mais coisa menos coisa,
em deslocações e ajudas de custo, e para todos os deputados sem exceção de
credo, cor ou raça – note-se, e sem melindre de ala, que aqui, sim, há
moralidade…
A coisa,
garantidamente, vai ficar baratinha – apenas uns trocos, se dirá –, por quanto,
a estadia dos ditos que deputam na capital mas de fora do distrito de Lisboa
são, não irá além dos 70 € por cada bico, e com viagens abonadas a 36 cêntimos,
por quilómetro, que até ela tenham de percorrer desde o seu Lar Doce Lar, ainda
que este diste no além das esquinas do retângulo à beira-Europa periferado.
100
mil aéreos por duas reuniõezinhas, mais uns extras para comissões disto e daquilo,
é uma verdadeira pechincha para a nação, convenhamos. Senão, experimentem
opor-se-lhes, que eles entram em greve, e depois é que vão ser elas… Até a
Troika se benzia num vá-de-reto de quem mais dá!
J M
C
7.01.2014
DIAGNOSTICA,
DIAGNOSTICA, E VÊ NO QUE TE FICA
Afirmou o popularíssimo Nicolau
Maquiavel, no seu não menos popular O Príncipe (Edições Europa-América, 2ª
Edição, pág. 20 – Lisboa, 1976), que "ao princípio o mal é fácil de curar
e difícil de diagnosticar, mas, não sendo diagnosticado nem curado, torna-se,
com o tempo, fácil de diagnosticar e difícil de curar." A atual crise
política e económica que atravessamos é um exemplo incontestável da veracidade
da sentença, ou conselho, como quer que o entendamos, e muitos outros casos encontraríamos
que corroboram a evidência do enunciado. Nomeadamente, o da abstenção e apatia
política dos portugueses, bem como o elevado índice de corrupção da maioria dos
países do terceiro mundo e em vias de desenvolvimento.
A lusatinidade abstencionista retirou
toda a legitimidade a qualquer órgão de soberania nacional que dependa, direta
ou indiretamente, de eleições. Um país que atingiu mais de 66 % de abstenção,
isto é, superior a dois terços do seu eleitorado, só não colapsa ou é
conquistado pelos vizinhos se lhes ficar, a eles, mais caro ocupá-lo do que
deixá-lo extinguir-se paulatinamente. Se o Reino Unido e Espanha, ou mesmo os
Norte-Africanos, não nos pegam, é porque reconhecem que lhes ficaríamos
demasiado caros para o pouco rendimento que lhes proporcionaríamos alguma vez,
e porque sabem que a UE se prepara para concretizar o seu projeto de Europa das
Regiões, fazendo-a ela por eles, anexando-nos sem o mínimo dispêndio, por
exemplo à Ibéria, ao Baixo Mediterrâneo ou ao Oeste Atlântico... E de nada
serviria rabiar como se faz agora com a Troika, sobretudo porque depois de
termos recorrido a ela para sustentar o orçamento do Estado, perdemos toda e
qualquer autoridade moral para o poder fazer com determinação e consequências positivas…
Certo? Quem vai prò mar, avia-se em terra.
Isto é: onde é que estão os iluminados
defensores da inércia nacional e do deixa-arder- -que-meu-pai-é-bombeiro que
difamaram e se eriçaram contra os que alertaram acerca da insustentabilidade e
despesismo das políticas governamentais dos últimos 20 anos? A lamentar-se por
seus netos não terem emprego, não obstante os elevados níveis de formação e
competências que tenham conseguido...? Ou nos lares a deitar euros prà fogueira
das caldeiras da nova indústria lusitana: os cuidados continuados. Perdemos o
saco e o atilho, uma vez que dois terços dos portugueses se estão nas tintas
prò país, e outro terço também, considerando que a maior parte dos que votam,
não o fazem para o defender, mas para o explorarem melhor, partilhando o poder.
E se, quando a abstenção rondava “apenas” os 40 % tivéssemos tomado
providências, embora o diagnóstico não fosse tão explícito, o mal ainda era
sanável sem recorrer a políticas de choque. Mas agora, com este enredo, tanto
faz berrar, como não berrar, que não temos outro remédio, senão chupar no
dedo!
Joaquim Castanho
6.10.2014
O QUE VÊ O OLHO VAZADO DE LUÍS VAZ?
Vale
mais um cidadão ou uma cidadã responsável, íntegra/o, livre, consciente,
democrata e participativo, do que um almude de gajos porreiros e meninas bem-comportadas.
E isso não é de agora…
Pensemos
nos Galileus e Joanas d’Arc que morreram por interferência e ativismo dos gajos
porreiros da Idade Média, ou das meninas malcomportadas que sucumbiram às
fúrias das tiranas fundamentalistas e vitorianas…
Pensemos nos Einsteins que abandonaram a escolaridade obrigatória e ingressaram no mundo da
marginalidade para que os meninos porreiros e as meninas bem-comportadas
pudessem exercer melhor o seu porreirismo e desfile de apetecíveis e prendadas
bonecas para saciar os tradicionais apetites veteranos regimentais e praxistas…
Pensemos
nos bárbaros que se evadiram das galés fenícias e romanas e construíram e
povoaram os castros pré-lusitanos do interior da Ibéria em cujos descendentes
depositaram a sede de dar novos mundos ao mundo…
Porém,
as imaculadas e manteigueiros continuam a saciar a sua fome com o unto que
escorre das fogueiras da atualidade. Até quando?
Joaquim
Castanho
6.09.2014
ÁGUA, PARTICIPAÇÃO E CIDADANIA
Dos mais fundamentais e preciosos bens que integram o conjunto dos ecossistemas terrenos
(e da ecosfera), a água é imprescindível, ou seja, aquele sem o qual a vida
no planeta não seria possível. O ouro azul. A causa de discórdias e desmandos por esse mundo fora, pomo de discussões, litígios, usurpações, envenenamentos e
adulterações, ou passível de gerar conflitos armados à escala regional, local
ou entre nações/entidades vizinhas, pois que, não obstante a sua abundância
momentânea, é sempre um bem escasso. Apesar de todos apesares, e de o “planeta
azul” se encontrar coberto dela, a verdade é que, desse imenso universo hídrico
cognoscível e verificável, constituído pelas grandes massas de água salgada dos
mares e oceanos, apenas 1% do seu volume total está ao alcance dos homens e
mulheres em condições viáveis de utilização e usufruto na satisfação de suas
necessidades de consumo, bem como dos demais seres vivos e ecossistemas dos quais
dependemos em absolutérrimo grau, e sem que se vislumbre outra qualquer
alternativa num futuro próximo (ou longínquo).
E
é, pois, dessa infinitamente ínfima parcela que todos dependemos, não só para
beber e higiene, como igualmente para produzir e confecionar alimentos, para a
pecuária e agricultura, para o vestuário e para o turismo, para a indústria,
comércio, desporto e lazer, sendo lugar-comum a conclusão de que nenhuma
atividade humana haver que se possa ter sem o seu contributo (direto ou indireto) – exceto respirar.
Por
conseguinte, é legítimo que cada homem e cada mulher, cada cidadão e cidadã,
sinta a necessidade de salvaguardar a água, enquanto bem e recurso, uma vez que
ao considera-la insubstituível, se outorga simultaneamente depositário de um
direito essencial, inalienável da espécie, enfim, um direito acessório e inextricavelmente
indissociável do próprio direito à vida e à dignidade da pessoa humana, que, grosso
modo, o investe consequentemente também do direito de saber onde e como ela
gasta, utilizada ou armazenada, à semelhança do que lhe assiste, por exemplo,
saber acerca do destino de seus impostos e património sociocultural,
identitário, bem como de saber em que condições se encontra e que está a ser
feito para aprovisionar a suficiente para todas as suas necessidades e stocks.
Ser
cidadão e cidadã responsável, emancipado/a, democrata, consciente,
interessado/a pelo seus futuro e dos seus descendentes, ou demais seres, a
tanto obriga, e não há como evitá-lo ou disso abdicar. Logo, quando qualquer munícipe
deixa de se interrogar e de inquirir as instituições
públicas quanto à forma como está a ser utilizada e gasta a água disponível no
seu habitat, não está a ser um gajo porreiro nem uma menina bem-comportada, antes
pelo contrário, está a ser uma pessoa negligente, sociopata em potência e ato,
criminoso por omissão e fuga às suas responsabilidades políticas, sociais e
pessoais. E até pode nem ser considerado chato e picuinhas, como os pseudo-humanóides
gostam de apelidar todas quantas e todos quantos pedem esclarecimentos e se
preocupam com essa matéria essencial à vida; mas isso significa que são menos malcomportados
e malcomportadas ou mais porreiros e porreiras do que quem não exige e
manifesta qualquer curiosidade em sabê-lo. Porque isso é que é ser cidadão e munícipe
interessado, ativo e democrata. E, sobretudo, moderno e participativo. Certo?
Joaquim
Castanho
6.08.2014
MUITA CHUVA E POUCA PARRA
Pese
embora, no presente ano, estejamos a
verificar uma pluviosidade acima da média, no que toca ao Alentejo, quero eu
dizer, o que é certo, é que a ONU continua a referir nos seus relatórios
oficiais que existe uma relação direta entre a escassez de água e o
subdesenvolvimento, que o mesmo é dizer, que o desenvolvimento depende em
grande parte da sua fartura, e que a pobreza, a fome e a doença, que afetam boa
parte da humanidade, e que pode vir a afetar cada vez mais pessoas num futuro
não muito longínquo, tem causas enraizadas nas alterações climáticas e dos
impactos destas nos aprovisionamentos hídricos dos povos, mas também, e
principalmente, nos modelos de gestão da água que os governos e governâncias
vão adotando, bem como do planeamento que estipularam para este recurso.
Um
terço da humanidade está ainda com problemas no seu quotidiano devido ao
abastecimento de água potável, e um quinto enfrenta mesmo uma luta permanente
pela própria sobrevivência, ou a do seu agregado familiar, que obriga, em não
raros casos, a deslocações diárias de várias dezenas de quilómetros até ao poço
mais próximo, gastando nelas bastas horas úteis do seu dia solar, às vezes só
para descobrir que esse poço, afinal, secou, e que é preciso ir mais adiante
uns quantos quilómetros, para alcançar outro e conseguir alguns litros de água
que permitam sobreviver mais alguns dias, com inequívoca frugalidade, é óbvio,
e que essa quantidade que para os ditos povos é preciosa, não passa ela,
todavia, para os habitantes dos países desenvolvidos, de uma mera descarga de
autoclismo, sugerindo-nos quão banais podem ser as necessidades dos outros
desde que as nossas estejam satisfeitas.
Porém,
isso é uma mentira de todo o tamanho. No mundo atual, quando uma população está
em dificuldades, no que concerne aos recursos naturais, significa que aquelas,
que o não estão pelas mesmas razões, não estão livres de o virem a estar, antes
pelo contrário, pois a roleta das alterações climáticas pode acertar no seu
número, e a sorte virar azar, com a rapidez característica que concedemos a
tudo o que é inesperado, e de desenvolvidas passarem a subdesenvolvidas, com
agravante de se encontrarem menos resistentes a essa escassez, uma vez que a
fartura seja do que for nunca preparou ninguém para a sua falta. Isto é, não é
pelo fato de ter chovido abundantemente que podemos achar razão para gastar
água a rodos, regando jardins e relvados mesmo quando não precisam de ser
regados, simplesmente porque não queremos dar-nos ao trabalho de alterar/regular
o agendamento/planeamento do aspersor de rega automática, porquanto a dita água
pode ou não vir a faltar, sem dúvida, mas o que também é indubitável é que
autarquia que a desbarata vai ter que a pagar à empresa fornecedora, e que essa
verba desperdiçada podia ser utilizada a suprir necessidades reais dos
munícipes que tutela, sejam eles idosos ou criança, desempregados ou
desabrigados. Principalmente porque se a chuva é para todos, já a água é só
para quem pode. E, como ditam as crises, quem a merece. É que, frequentemente,
a parra fica curta, quando a vergonha é grande… Entendido? É por isto que gosto
tanto da minha gente: só com meia palavrinha, e já a verdade toda veio ao de
cima!
6.06.2014
BIODIVERSIDADE
E EVOLUÇÃO
A floresta espontânea e as espécies da
flora portuguesa, entre as quais podemos destacar, pela nobreza do porte e
notada significação ambiental, cultural e económica, o grupo das quercíneas, a
que pertencem todos os carvalhos, como o carvalho cerquinho, alvarinho ou
roble, o carvalho negral, mas também o sobreiro e azinheira tão vulgares no
nosso território, que, por se encontrarem inequivocamente adaptadas à nossa
realidade e cotidiano, apresentam um elevado fator de sustentabilidade aos
níveis da conservação da natureza, do equilíbrio climatérico e da qualidade do
ar, fixando o CO2, concorrendo assim para estabilidade e recarga dos aquíferos,
para a preservação e para a regeneração dos solos, bem como agindo no combate
aos incêndios pela reconhecida resistência e capacidade regenerativa que todos
lhe constatamos.
Árvores que estão connosco desde as origens
dos tempos e que, por isso mesmo, fazem parte da nossa cultura, da nossa
história, da nossa identidade, não só desde os tempos em que a castanha e a
bolota eram uma componente fundamental da nossa dieta alimentar, porquanto se
podiam denominar a batata da nossa antiguidade e idade média, que só veio a
integrá-la após os descobrimentos quinhentistas, mas também por fazerem parte
da nossa memória, do nosso imaginário e poética, do nosso património material e
imaterial, da nossa religiosidade como da nossa onomástica, quer nos nossos
nomes como na toponímia dos lugares, como por exemplo, da "capital"
do Alentejo, Évora, cujo nome deve a um étimo de origem céltica, eburone,
que significa teixo.
Contudo, e não obstante, esta floresta,
autóctone e de geração espontânea, desempenha também e ainda um papel económico
e social de relevada importância, com significativos reflexos no setor
agroindustrial e energético, que, mas não excluindo, vão muito para além da
simples e generosa produção lenhosa, alimentação de gados de insuspeita
qualidade, ajudando inclusive à produção de mel, frutos e aromáticas, atividade
cinegética e turismo de natureza, pelo que geram emprego e riqueza,
justificando assim que o mundo moderno e civilizado lhe atribua um estatuto
legal conforme a sua importância e lugar ocupado no ecossistema, como o (a)dote
também como símbolo de resiliência, atualização e combatividade que melhor
espelha a natureza e caráter das gentes alentejanas.
Honremo-la, portanto, pelo que ela é, mas
também por quem somos. E não a condenemos à solidão e ostracismo, e sobretudo,
permitam-nos deixá-la conhecer novos vizinhos e companhias. Pois é esse o
desígnio e o desafio do futuro, irradiando definitivamente as monoculturas que
sufocaram durante anos e anos as florestas autóctones e espontâneas, como foi o
caso dos eucaliptos e pinheiros bravos, facilitando agora a multiplicação de
oportunidades e espécies gerada pela biodiversidade, que sugere ser a única
forma de acrescentar sustentabilidade ao nosso ecossistema, a de propiciar
multiplicidade e diversão ao que já é por si mesmo múltiplo e diverso.
Joaquim Castanho
AS
VANTAGENS DA FLORESTA ABERTA E DA BIODIVERSIDADE
Se é verdade que apenas uma árvore não faz a
floresta, o que também é incontestável, por igualmente verdadeiro, é que uma só
espécie, por mais rentável e generosa que ela seja, jamais gerará a biodiversidade
suficiente e eficaz para se alcançar a sustentabilidade do ecossistema
desejável, a fim de conseguirmos o equilíbrio da ecosfera, bem como a
eternidade da vida, da qual a humanidade é a estratégia com maior sucesso no
universo, de acordo como atualmente o conhecemos.
A floresta é um espaço de riqueza, e valioso
património ético, cultural, natural e ambiental, além de inequívoca fonte de
vida e habitat comum a uma multidão de espécies, que será tanto mais precioso,
mais forte e resistente, tanto mais saudável e produtivo, quanto maior número
de possibilidades e oportunidades biológicas em si encerrar, enfim, quanto
melhor apetrechado estiver pelo alargado e aberto leque da variedade das
espécies autóctones ou não que pertencem à nossa flora (regional e local).
Portanto, convém sublinhar, com vista a
definir-se plausivelmente que tipo de floresta queremos para a nossa região,
como ordenar o território em sua consequência, de maneira a que mais nos
beneficie, e às restantes regiões portuguesas/europeias, que ao invés de
excluir (eliminar) todas as espécies [invasoras] exóticas dos campos
alentejanos, como aconselha o conservadorismo nacionalista fundamental e
bacoco, importa sim reconhecer a mais-valia ambiental, económica e social, que
representam as espécies que a natureza já selecionou como sendo as melhor
adaptadas aos nossos diferentes biótipos, aos nossos climas e solos, às nossas
condições edafoclimáticas, que, por serem mutáveis e terem sofrido considerável
alteração na última década, estabelecem e propiciam uma nova linha de entrada
de flora, tanto de forragem, como cerealíferas, frutícolas e florícolas,
estrangeira, logo incomum, que provado está melhor servirem os interesses do
nosso ecossistema e habitats, quer do ponto de vista turístico, decorativo e
paisagista, como na exploração direta racional e sustentada, no sentido de
contrariar a acelerada desertificação do interior e baixa densidade
populacional, bem como combater as assimetrias verificáveis que estimulam o
êxodo da população ativa para regiões onde possam desfrutar de maior qualidade
de vida.
Joaquim Castanho
Política de Coesão e
Portugal
No período 2014-2020, Portugal irá gerir onze programas operacionais no âmbito da política de coesão da UE. Sete programas
operacionais regionais irão receber financiamento do Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Fundo Social Europeu (FSE). Um programa
operacional temático irá receber financiamento do FEDER, do FSE e do Fundo de Coesão.
Dois outros programas operacionais temáticos irão receber financiamento do FSE.
Finalmente, um último programa operacional temático irá receber financiamento
do Fundo de Coesão.
Qual será o montante do investimento da
UE em Portugal entre 2014 e 2020?
No período 2014-2020, a política de coesão afetou a Portugal,
aproximadamente, 21,46 mil milhões de euros (preços correntes):
● 16,67
mil milhões de euros para as regiões menos desenvolvidas
(Norte, Centro, Alentejo e Açores).
● 257,6
milhões de euros para as regiões de transição
(Algarve).
● 1,28
mil milhões de euros para as regiões mais desenvolvidas
(Lisboa e Madeira).
● 2,86
mil milhões de euros através do Fundo de Coesão.
● 122,4
milhões de euros para a Cooperação Territorial
Europeia.
● 115,7
milhões de euros na dotação específica para regiões
ultraperiféricas.
● 160,8
milhões de euros para a Iniciativa para o Emprego dos
Jovens.
Destes montantes, o financiamento do FSE em Portugal
representará, no mínimo, 7,7
mil milhões de euros. A importância final será definida à
luz dos desafios específicos aos quais o país tem de responder nas áreas
abrangidas pelo FSE.
Quais são as grandes prioridades de investimento para
Portugal?
As prioridades para Portugal serão definidas num Acordo de
Parceria com a Comissão Europeia. Prevê-se que as prioridades incluam:
● O aumento da competitividade
económica, através do aumento da produção de bens e serviços comercializáveis.
● A promoção do empreendedorismo e da
inovação empresarial - desenvolvendo a "e-economia" e melhorando o
acesso das PME a financiamento e serviços empresariais avançados.
● O incentivo à transferência de
conhecimentos de I&D entre os setores académico e empresarial, reforçando
os sistemas de investigação e inovação nas empresas e desenvolvendo um ambiente
empresarial favorável à inovação.
● O combate ao desemprego, nomeadamente
entre os jovens, através da Iniciativa para o Emprego dos Jovens, melhorando a qualidade
da educação e da formação, estabelecendo uma melhor correspondência com as
necessidades do mercado de trabalho, alargando as qualificações e as
competências dos trabalhadores no ativo e impedindo o abandono escolar precoce.
● A redução da pobreza, através de um
melhor acesso a serviços e de apoios à economia social.
● A contribuição para a modernização da
administração pública através do reforço de capacidades, e de investimentos no desenvolvimento
dos recursos humanos e na governação eletrónica.
● A promoção de uma economia amiga do
ambiente e eficiente em termos de recursos: eficiência energética (especialmente
no sistema de transportes) e melhoria da gestão dos recursos naturais.
(Fontes:
● Web site da Política Regional da Comissão Europeia
● Web site do Fundo Social Europeu)
5.29.2014
COMEÇAR DO ZERO (OUTRA VEZ!)
Felizmente,
o resultado eleitoral do partido cuja lista integrei para o Parlamento
Europeu, foi muito pior do que aquele que eu estava à espera. Esse fato
libertou-me de todo e qualquer compromisso que me ligasse ao dito partido – o
POUS, Partido Operário de Unidade Socialista –, bem como com o eleitorado
portalegrense, uma vez que preferiram INEQUIVOCAMENTE
votar contra alguém ou alguma força apresentada a escrutínio, do que a favor da
causa regional, de si mesmos, ou de alguém que com eles vive no dia-a-dia,
comunga das dificuldades e anseios. Seria um mistério insolúvel se eu lhes
desconhecesse as causas e preconceitos, ou as vísceras que os governam e
parecem imperar sobre os tutanos... Mas não é o caso!
Portanto,
apraz-me declarar que não repetirei a proeza de candidatar-me pelo POUS, nem de
colaborar com qualquer publicação, em suporte-papel, que tenha a sua origem
nesta terra por Baco plantada entre as serras e a planície, que da charneca em
flor tão afastada atualmente se encontra. À primeira qualquer cai, à Segunda só
quem quer, e à terceira apenas quem é asno. E eu nunca me perdoarei a asneira
que cometi, que foi a de exercer os meus direitos de cidadão dentro da
legalidade constitucional e democrática vigente, em observância aos conceitos
da participação e cidadania, e no respeito pelos valores fundamentais que
assistem à formação de uma Europa inclusiva, igualitária, emancipada,
solidária, coesa, civilizada e desenvolvida. (Ou, supostamente, tudo isso!)
E não o faço
por despeito, ajuste de contas ou simplesmente para racionalizar os péssimos
resultados conseguidos. Faço-o porque sou JOAQUIM
CASTANHO, nome que não herdei nem me foi dado, mas sim conquistei letrinha
a letrinha dia a dia, mês a mês, ano após ano, com esforço e galhardia, de cara
limpa, e sem jamais ter prejudicado ou molestado quem quer que fosse, de rosto
erguido, frontal e em todo o lado, em transparência absoluta, e sem lhe omitir
o mínimo noema ou fonema.
Joaquim Castanho
5.23.2014
5.11.2014
OPÇÃO P. O. U. S.
Porque é cada vez MAIS importante, que sejamos também
cada vez MAIS europeus (DESENVOLVIDOS) em Portugal, e cada vez MAIS portugueses (INDEPENDENTES) na Europa, o P.
O. U. S. – Partido Operário de
Unidade Socialista, enquanto plataforma de diálogo, entendimento e consenso
de todas as forças vivas da sociedade moderna, e globalizada, quer na esfera do relacionamento
positivo, entre os trabalhadores e o tecido empresarial, e institucional, na
legalidade democrática vigente, quer
entre os cidadãos e os seus órgãos de representação e soberania, não se evitará
a esforços para REFORÇAR, onde quer
que esteja, a democracia, a sustentabilidade económica, social e natural, a
consciência cívica, a melhoria da qualidade de vida, o bem-estar humano e
animal, a biodiversidade, o equilíbrio do ecossistema e ecosfera, os ideais humanistas
e humanitários da liberdade, igualdade e fraternidade, entre todos os homens e
todas as mulheres do nosso povo, e dos demais povos das NAÇÕES SOBERANAS, que se pretendem, também cada vez MAIS LIVRES, e MAIS UNIDAS, e MAIS SOLIDÁRIAS,
na nossa comum atualidade.
Sobretudo porque o P.
O. U. S. – Partido Operário de
Unidade Socialista, é um partido ativo,
e em constante atualização, na peugada dessa UNIÃO LIVRE DAS NAÇÕES SOBERANAS da EUROPA, que seja a EXPRESSÃO DIRETA, da vontade soberana e
emancipada, responsável, e democrática, das suas instituições e povos, e uma
autêntica ALTERNATIVA à UE das
elites e jogos de poder, com que atualmente nos deparamos;
Porque o P. O. U. S. é um partido plural, e polifónico, na senda de uma sociedade para todos os homens, e para todas as mulheres, onde o
reconhecimento cultural, a dignidade, e a integridade da pessoa humana, e do
seu ambiente, sejam invariavelmente observados;
Porque o P. O. U. S. está atento e promove o DESENVOLVIMENTO REGIONAL, como o DESENVOLVIMENTO NACIONAL, o DESENVOLVIMENTO
EUROPEU, como o DESENVOLVIMENTO
GLOBAL, veiculados pela gestão democrática da coisa pública e empresarial,
e no respeito incontornável dos direitos,
liberdades e garantias, que o movimento operário internacional tão
esforçadamente conquistou;
E porque o P. O. U. S. é um partido aberto, motivado
para a solução dos problemas da atualidade, renovado, e renascido das preocupações e anseios da gente, que
connosco atravessa todos os dias, a mesma ponte do presente para o
amanhã, criando e partilhando, pondo
na prática quotidiana, tudo quanto muitos outros apenas contemplaram em teoria.
MAS PRINCIPALMENTE, porque o P. O. U. S. é a OPÇÃO, e não
a alternativa.
4.28.2014
A ESPERANÇA REMANESCE SEMPRE QUE MAIO ACONTECE
Que fizeram de
realmente notável os nossos políticos do establishment parlamentar português
nos últimos 30 – trinta!, curiosamente
tantos quantos foram os dinheiros por que Judas vendeu o Mestre... – de intensa e propalada atividade em prol da
sociedade portuguesa aberta e para todos os homens e todas as mulheres?
Esturraram as receitas dos impostos, o dinheiro que a União Europeia nos enviou
para a convergência e AINDA contraíram substancial e nutrida dívida. Ou seja, fartaram-se
de trabalhar, já que são precisos muito suor, sangue e lágrimas, para
prejudicar tantos portugueses e portuguesas e tão pouco tempo.
Em consequência, pelo
superlativo lusitano deste valoroso feito, devemos agradecer-lhe neste maio tão
promissor como os demais maios que todos os anos se repetem, embora que
dando-lhe um significado muito especial porque acarreta consigo o exercício da
legalidade democrática que abril nos legou: exatamente, as eleições livres e
por sufrágio universal para o Parlamento Europeu. E precisamente esse
parlamento onde se poderão juntar os representantes eleitos pelos diversos
povos europeus que não abdicam do seu direito de construir uma União Livre das
Nações Soberanas da Europa, mobilizando-se em torno das conclusões da
CONFERÊNCIA OPERÁRIA EUROPEIA de Paris, realizada em 1 e 2 de março p.p.
Sobretudo porque a
esperança dos trabalhadores e trabalhadoras de todos os nossos países europeus
(incluindo os que se veem a braços com a atual crise, como Grécia, Portugal,
Espanha, Irlanda, Itália, França, ... ) se fundamenta na sua própria capacidade
de se aliar com as suas organizações, cuja independência é inalienável, de
forma a abrir caminho na consolidação dessa Europa Livre e Soberana, que se
quer cada vez mais justa, mais inclusiva, mais responsável, mais consciente,
mais coesa, mais progressista, mais determinada, mais democrática, mais
participativa, mais evoluída, mais humana, mais internacional, mais socialista,
e menos elitista, menos tecnocrata, menos economicista, menos partidocrata,
menos fundamentalista, menos exploradora e menos colonial, bem como menos
dependente do grande capital, que apenas a vê como um bom e rentável negócio,
onde o nível e qualidade de vida dos seus cidadãos não passa dum ato de compra
e venda do qual pode recolher proveitosos resultados. E essa é uma decisão
objetiva e incontornável que estamos dispostos a levar por diante, recorrendo a
todos os meios legalmente estipulados, a fim de o conseguir.
Joaquim Maria Nicau Castanho, candidato ao Parlamento
Europeu, residente e natural de Portalegre, na lista do POUS – Partido Operário
de Unidade Socialista.
4.27.2014
NOTA DE GRATIDÃO
Podia-se enumerar
aqui, tudo quanto os partidos políticos portugueses com assento na Assembleia
da República fizeram em benefício da nossa gente, da nossa terra, da nossa
cultura, porém acontece que aquilo que “eles” não fizeram nos prejudicou muito
mais do que aquilo que “acham” ter feito, para nos ajudar todos e todas nós,
nos últimos 32 anos de democracia que os 40 após abril propiciaram a Portugal,
para superar com êxito as dificuldades anexas ao desenvolvimento, modernidade e
globalização que obrigatoriamente temos que atravessar.
Deviam ter prescindido
dos “comportamentos político-económicos de elevado risco para a
sustentabilidade e estabilidade nacional – e não o fizeram.
Deviam ter
aprofundado e reforçado a cidadania e a participação democrática, em vez de
perseguir e tentar calar/omitir quantos e quantos alertassem para a gravidade
das condutas partidárias e governamentais, que acrescentavam continuamente
novas fragilidades às fragilidades de que já enfermávamos, e às dificuldades de
convergência observáveis (até) à vista desarmada, sobejamente noticiadas e
debatidas pelos mass media desde a
década de 90, do século passado – e não o fizeram.
Deviam ter implantado
uma reforma do Estado e o equilíbrio das contas públicas recorrendo ao know how disponibilizado pelos nossos
ensinos superior e médio-superior, em vez do exportar como carne para canhão
para as economias emergentes, ou assegurar a estabilidade e emprego “amparado”
a clientela política com que rechearam o poder central e o poder local, quase
invariavelmente sem as mínimas habilitações para o desempenho dos “cargos”
atribuídos (por cunha e compadrio), como foi seu apanágio durante décadas e a
ninguém deixou de ser claro – e não o fizeram.
Deviam ter sido
democratas e foram partidocratas. Deviam ter gerido a nossa pouca riqueza para
criar mais riqueza, bem-estar e desenvolvimento, e menos assimetrias, mas em
vez disso aumentaram as diferenças sociais e a miséria, destroçando a classe média,
pondo-a ao nível dos que só podem contar com os rendimentos mínimos para
sobreviver.
A democracia
responsabiliza-nos. A democracia promove a nossa emancipação. A democracia
torna-nos mais conscientes de nós mesmos acerca de nós, acerca dos outros,
acerca do ambiente, acerca da natureza, acerca da história familiar e coletiva.
A democracia antecipa-nos e projeta-nos na peugada de um futuro consistente e
sustentável, plural e fraterno. Todavia, o que é que esses partidos que usufruíram
das vantagens e patrocínios que abril lhes outorgou fizeram com os milhões a
que tiveram direito para as suas campanhas eleitorais? Diminuíram-nos as hipóteses
de justiça, dificultaram o acesso à saúde, à educação, à habitação e ao
emprego; tornaram as nossas possibilidades de financiamento externo e interno
mais estreitas e onerosas; fragilizaram a nossa economia e entorpeceram o
dinamismo empresarial com subsídios para as não-produções. Embotaram-nos os
sentidos e discernimento com retóricas perversas, cultivaram o dogma e a
exclusividade, a cunha e o favorecimento de “eleitos e elegíveis”, corromperam os
necessitados e adulteraram os princípios constitucionais de acordo com os
interesses momentâneos e circunstanciais. Esbanjaram o dinheiro que veio da União
Europeia mais o que recolheram dos nossos impostos. Venderam as empresas públicas
que criavam mais-valias sociais. Instruíram os pequenos comércios e pequenas
empresas na falência proveitosa. Forjaram ilusões. Argumentaram com
corporativismos às lutas trabalhistas. Arregimentaram os intolerantes para a
indiferença.
E aumentaram-nos o
receio pelo amanhã, a insegurança no presente, descrédito pelo passado e a
incerteza como meio de vida e sustento. E isso já os homens e mulheres pré-históricos
tinham em abundância e de sobejo.
Joaquim Maria Nicau Castanho, candidato ao Parlamento Europeu, residente e natural de
Portalegre, na lista do POUS – Partido Operário de Unidade Socialista.
4.26.2014
QUE MOTIVAÇÃO NOS SUBSCREVE?
Foi o 25 de Abril (de
1974) que nos devolveu a capacidade de escolher entre sofrer a realidade ou
desfrutá-la, que nos tinha sido amputada durante a longa noite da ditadura
corporativista, instaurada em Portugal, por Oliveira Salazar. Não vamos
desperdiçar essa oportunidade em quezílias de somenos, nem em diatribes
estratégicas daqueles, e de suas políticas, que nos levaram à crise atual, cujo
fito é indesmentivelmente o de nos dividir para melhor nos manipular. Com o
nosso declarado apoio, que se expressará nas urnas, nas próximas eleições para
o Parlamento Europeu, estaremos em consonância com as aspirações e anseios dos
demais povos da União Europeia, nomeadamente com o povo francês, espanhol,
italiano, grego e irlandês, que foram os que com maiores dificuldades se
debateram para equilibrar as suas contas públicas e economia, e onde o
desemprego, a precariedade, a incerteza no futuro e a austeridade maior miséria
têm criado.
Não estaremos sós
neste desígnio. O POUS (Partido Operário de Unidade Socialista, enquanto secção
nacional da IV Internacional Socialista) e o MRMT (Movimento para a Retirada do
Memorando da Troika), também manifestarão no dia 25 de Maio deste ano, a sua
firme e determinada cooperação solidária com nossos povos, na construção das
bases de uma União Livre de Nações Soberanas da Europa, que pautará a sua ação
em Bruxelas pela defesa das liberdades, cidadania, igualdade e fraternidade de
todos e todas sem exceção, quer sejamos crianças ou adultos, estudantes ou
trabalhadores, artistas ou reformados.
Porque é essa a nossa
maneira de agradecer com responsabilidade e consciência cívica, emancipação
política e participação democrática, a soberania e liberdade que Abril nos
devolveu, reforçou e ensinou.
Joaquim Maria Nicau Castanho, candidato ao Parlamento Europeu, natural e residente em
Portalegre, na lista do POUS – Partido Operário de Unidade Socialista.
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