DIZER-TE
ENTRE AS FOLHAS
Pela
cadência da batida do tear se dispõe
Enquanto
vestes o tempo de flores coroadas
A
marca do ritmo se a consciência propõe
A
sopesar, a transferir as cores bordadas
Para
o horizonte que se quer distanciar…
Cresceste-me
como um ventre inaugural
A
redoma do destino na imensidão da planície
A
lente de alvorar à estrela incondicional
Afinal
a heurística desse sempre que nos inicie
Como
se cada passo fosse o derradeiro primeiro passo
Cada
voz a incontornável revelação de sermos sós
Cada
laço lasso a única maneira de darmos nós
Cada
nó a distância feita atreita à curva do compasso
No
desembaraço do balanço redondo na redoma do plural.
Havia
de dizer-te entre as folhas
Como
luz esgarçada saltitante
A
bailar na sofreguidão da tarde
Que
conforme ao verbo, me recolhas
E
assim perecerá a sombra distante
Deste
Sol que por nós em nós arde!
Joaquim
Maria Castanho
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