AS PINCELADAS DE CRONOS
Já triplo cinzel me cerziu
Matriz enfim, choro, grito
Desbastam, gastam por cicio
Só de metal frio, aflito...
Como terá acontecido?
Sob que mistério, assim
Presente, futuro ou ido
Passado tornam granito
Pra se "assentarem" em mim?
Nascem das sombras, num torpor
Rústico, desajeitado;
Às vezes, merecem amor
– Outras, apenas cuidado.
Joaquim Maria Castanho
Com escultura de João Aires Garcia
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