CHEIAS
NATALÍCIAS
Meu Deus, por que há gente assim...
Por que me castigas deste jeito?
Gente que amo, mas me não ama a mim
Embora acenda rubra lava em meu peito!
E nesse desencontro d'encontros feito
Marginal à ânsia, e ao desespero
Meu rio bravo, revolto, corre a eito
Lavand'as margens do sonho com esmero.
Arquiteto de belezas existenciais
Como Senhor das profundezas rotundas
Exige qu'o amor ame cada vez mais,
Cave certezas nas dúvidas profundas.
E então penhora, cobra bens marginais
Silentes ao afeto com que me inundas.
Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade
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