12.04.2019

A BANDEIRA UNIVERSAL





BANDEIRA UNIVERSAL


Era como se um móvel, porém assim
Com prà'i mil gavetas e gavetinhas...
Umas bem trancadas e pequeninas;
Outras, de tão amplas pareciam sem fim.
Aqueloutras só abriam com segredo
E ninguém saberia como as fechar;
E podia acontecer que só plo medo
As fechaduras viessem a emperrar.
Nessas, perdíamo-nos no interior
Embora noutras mal pudéssemos entrar;
Mas a mais acolhedora era a do amor
Ond'éramos desejados antes de chegar.


Um móvel quase redondo, achatado
Aqui e ali, nalguns pontos enrugado
Noutros lasso, plano, tal como um pano
Bem passado de seda, lona ou caqui.


Joaquim Maria Castanho

Sem comentários:

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português